Entrevista: Sérgio Costa, Presidente da Câmara Municipal da Guarda


Um anos depois de ter apresentado a candidatura à Câmara Municipal da Guarda, Sérgio Costa faz o balanço da vitória alcançada nas legislativas pelo Movimento Pela Guarda. Sérgio Fernando Silva Costa, Presidente da Câmara Municipal da Guarda, é natural Peso da Régua mas reside na Guarda há quase três décadas. É licenciado em Engenharia Mecânica pelo Instituto Politécnico da Guarda, Pós-Graduação em Sistemas Públicos de Abastecimento de Água e Drenagem de Águas Residuais.
Tem os pelouros do Planeamento, Obras, Urbanismo; Ambiente, Equipamentos e Infra-estruturas; Agricultura; Gabinete de Apoio à Presidência e à Vereação; Serviço Municipal de Protecção Civil; Serviço de Reabilitação Urbana; Serviço de Comunicação, Relações Públicas e Protocolo; e Serviço Florestal e Desenvolvimento Rural.
A GUARDA: O que significa para si juntar mais de quinhentas pessoas neste encontro?

Sérgio Costa: É a prova de que este Movimento de Cidadãos Independentes está cada vez mais forte, cada vez mais coeso e que a sociedade se revê efectivamente nesta forma de estar na sociedade e na política. Temos vindo a crescer cada vez mais e, hoje, temos aqui a prova com mais de quinhentas pessoas, neste encontro, neste jantar convívio. Estamos no caminho certo.
Este encontro é aberto a todas as pessoas da sociedade, porque os independentes são mesmo assim.
Nós temos que olhar para as pessoas que são mais da esquerda, mais da direita, mais do centro. Todas as pessoas são sempre bem-vindas a este Movimento. É essa, precisamente, a génese dos movimentos independentes, que conseguem consolidar as vontades de toda a população do nosso concelho para que se possam rever em nós, porque não temos ideologia partidária. Temos uma ideologia política cada um de nós mas o nosso propósito é trabalhar para as pessoas e com as pessoas, com todos e para todos. Foi sempre aquilo que nós dissemos e isto é cada vez mais a afirmação de que é possível e de que isso está a acontecer e que vai acontecer cada vez mais.

A GUARDA: Este encontro é o início ou o recomeço de uma nova campanha pela Guarda?

Sérgio Costa: Faz hoje precisamente uma ano, 17 de Maio de 2021, que eu me apresentei à Guarda como candidato, de uma forma independente. Estou muito orgulhoso deste percurso que fiz com toda esta boa gente e com outras pessoas que não podendo estar aqui se associam naturalmente. O anúncio que nós hoje fazemos, um ano depois, é da constituição de uma Associação Cívica, a Associação Cívica Trabalhar pela Guarda, é esse o seu nome, o seu registo. A escritura está feita. É uma associação que nunca existiu na Guarda. Uma associação cívica para que todas as pessoas se possam rever na política e trabalhem com esta Associação sem tabus. É esse o propósito da Associação com este nome e que nós, um ano depois de me te declarado candidato à Câmara da Guarda, fizemos questão de anunciar.

A GUARDA: Isso significa que é um Movimento para continuar?

Sérgio Costa: Sim, é um Movimento para continuar. E este é um Movimento que vai muito para além do Sérgio Costa. É verdade que no dia 17 Maio de 2021, Sérgio Costa apresentou-se numa sala, sozinho. A decisão foi minha. Um homem, como um político, muitas vezes é um homem só, quando tem de tomar determinadas decisões, como as assinaturas, entre outras. E foi a partir dali que tudo começou a crescer. Começando a abrir os braços, a abrir o leque para todas as pessoas, para todos os quadrantes políticos. Esta é a prova como esta Associação, o Movimento pela Guarda, e neste caso, agora, a Associação Cívica Trabalhar pela Guarda está para ficar, para perdurar muito para além do Sérgio Costa e muito para além das pessoas que estão na Câmara, muito para além disso, é de toda a sociedade guardense. Queremos que a sociedade guardense abrace esta associação cívica, este movimento cívico, porque é muito importante, cada vez mais, na sociedade de hoje e na sociedade do futuro.

A GUARDA: Começou sozinho mas hoje tem aqui muita gente?

Sérgio Costa: Estão aqui mais de quinhentas pessoas. Bom, isto acontece simplesmente a trabalhar para as pessoas e a falar a verdade. Falar verdade às pessoas, trabalhar para as pessoas, sermos sinceros, porque nem sempre um sim resolve tudo. Nós temos é de saber dizer um não na altura certa, com frontalidade, não é nas costas das pessoas. E este é o trabalho que nós temos vindo a fazer nos últimos sete meses na Câmara, junto da cidade, dos nossos bairros, das nossas freguesias rurais e as pessoas dizem presente.

A GUARDA: Pretende apresentar alguma novidade durante o encontro?

Sérgio Costa: A novidade é precisamente o anúncio da Associação Cívica. A Associação Cívica é, precisamente, a consolidação do primeiro ano de trabalho, com a campanha eleitoral incluída e estes sete meses de mandato na Câmara Municipal, na Assembleia Municipal, nas Juntas de Freguesia. É esse o anúncio que tenho para fazer.

A GUARDA: Ao longo destes sete meses, o que é que mais o motivou a trabalhar?
Sérgio Costa: O facto de haver pessoas com problemas tão simples que bastava uma tomada de decisão, ou uma ordem e dizerem obrigado. Uma coisa tão simples quanto isto, pessoas dizerem obrigado por ter resolvido aquele problema. Coisas muito simples que nos passam no dia-a-dia. E são tantas, centenas, milhares de decisões que nós já tomámos ao longo destes sete meses. No local mais recôndito, mais pequeno do nosso concelho, as pessoas dizem obrigado pela resolução dos problemas. O que eu digo às pessoas é de que não fiz mais do que a minha obrigação. Foi para isso que me elegeram. Foi para isso que a população da Guarda me contratou, foi para fazer isso. Mas as pessoas dizem-me que não era normal as coisas serem feitas assim.
Nós trabalhamos com equidade com todas as pessoas. E é uma coisa tão simples. Isto motiva-nos no dia-a-dia.

A GUARDA: E o que é que gostava de já ter feito e ainda não conseguiu fazer?

Sérgio Costa: Tanta coisa. Nós gostaríamos de ter o programa eleitoral todo executado, mas é preciso trabalhar muito, ainda. As duas coisas que fizemos há pouco tempo foi um trabalho árduo: A reestruturação da autarquia com uma nova lei orgânica; a transferência de competências para as juntas de freguesia. Nunca as juntas de freguesia receberam tanto dinheiro. É mais que justo que as juntas de freguesia recebam estes montantes.
É claro que nós temos um programa eleitoral para continuar a cumprir, no nosso dia-a-dia. É esse trabalho contínuo que nós vamos continuar a fazer.

A GUARDA: Está contente com a sua equipa de trabalho?

Sérgio Costa: Claro que sim, claro que sim! E é uma equipa de trabalho, e é isso que é salutar, vários pontos de vista. Porque não deve haver yes-men, não deve haver yes-men na política, nem nas câmaras, nem nos governos. Os yes-men não levam a lado nenhum. Os yes-men só levam a que sejam tomadas más decisões. Não, é da conjugação do pensamento de todos que nós conseguimos tomar as decisões certas adequadas porque duas pessoas, três pessoas, cinco pessoas, pensarão sempre melhor do que uma pessoa sozinha.