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Unidos a Cristo como os ramos à videira

O ritmo de vida acelerado a que vivem tantos nossos contemporâneos, faz com que muitas pessoas se queixem de cansaço

e, apesar de tanto correrem, sintam que lhes falta sempre tempo. Por vezes são os pais, sobretudo, a lamentar que o trabalho lhes tira tempo para estar com a família, com os filhos, para os ouvirem e lhes darem a atenção que gostariam.
Os cristãos que, por vocação ou desejo, dedicam mais tempo às coisas da Igreja e nela desempenham várias funções, também eles advertem o desalento de um exagerado activismo e sofrem porque lhes “falta tempo” para parar, dedicar-se à oração, à reflexão, ao diálogo com Deus. Sentem que se gastam em vão. Quer no exemplo da família quer no exemplo da Igreja, percebemos que não é tanto o fazer muitas coisas aquilo que nos realiza, mas sim o estar com quem amamos. Sem isso, a própria existência perde sentido e alegria.
Jesus, servindo-se da comparação da videira e dos ramos, deixa claro que o mais importante, na vida cristã, não é o que fazemos mas o que somos, que a única coisa verdadeiramente indispensável é estar unido a Ele, permanecer n’Ele e Ele em nós. A prioridade, na vida cristã, é cuidar da qualidade da nossa relação com Deus, como na vida familiar é prioritário cuidar as relações.
Servindo-se da imagem da vinha, Jesus compara o Pai a um agricultor, a Si mesmo a uma videira e a nós, cristãos, aos seus ramos. Os ramos existem para produzir uvas doces, e as uvas podem ainda servir para fazer o vinho que alegra o coração do homem. No fundo, existimos para dar gosto, sabor e alegria à vida de quem nos rodeia. E, no entanto, todos passamos por situações em que, apesar de bem intencionados, somos causa de amargura e tristeza até para os que mais amamos. Nem todos os frutos que produzimos são bons.
O agricultor, pelo fim do Inverno, corta à videira os ramos que não vão dar fruto e, mais tarde, no Verão, volta a podá-la para que fiquem apenas os ramos melhores e penetre a luz do sol. Deixarmo-nos trabalhar por Deus e, através da escuta da sua Palavra, percebermos o que em nós tem de ser cortado e lançado fora, é condição para produzirmos mais e melhores frutos.   
Servindo-se da imagem do corpo, dirá S. Paulo na primeira carta aos Coríntios: “vós sois membros de Cristo”. Cristo é a videira e nós os seus ramos; Cristo é a cabeça de um corpo, a Igreja, e nós seus membros. Numa e noutra imagem, é a necessidade de estar unidos a Cristo que é sublinhada. Sem a união a Cristo, somos membros mortos, ramos secos: “Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em Mim”.
Viver da graça de Deus, qual seiva que nos alimenta, permanecer unidos a Cristo como os ramos na videira, gastar tempo na escuta da sua Palavra, na oração ou na Eucaristia que nos fortalece, não é um programa de vida para gente piedosa que não tem mais nada para fazer. É todo um programa de vida, condição para uma existência feliz e útil, absolutamente convictos de que “sem Mim nada podeis fazer”.

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