Só convertidos ao Amor de Deus, somos capazes de aceitar as Suas medidas e a Sua vontade.

DOMINGO XXV DO TEMPO COMUM

A Palavra de Deus proposta nas leituras para este XXV Domingo Comum, leva à reflexão sobre a Conversão, a Mudança e a Justiça e Medida de Deus em contraste com a medida e justiça dos homens.
É na atitude de se aproximar de Deus que o Homem sente a necessidade da conversão, isto é, da mudança de pensamento, para melhor aceitar os caminhos de Deus. É nesta diferença entre os pensamentos e caminhos de Deus e os dos homens, que cada um de nós deve valorizar a oportunidade que Deus nos dá, de se deixar encontrar por nós. Encontro este, que deve levar verdadeiramente à mudança, isto é, à conversão, para podermos alcançar a finalidade que São Paulo nos lembra ao terminar o texto da segunda leitura: “Viver de maneira digna do Evangelho de Cristo”.
Assim, na primeira leitura, o apelo do Profeta Isaías para procurar o Senhor, para O invocar e para se converter a Ele, leva a entendermos que é no generoso perdão de Deus que encontramos sentido para a nossa conversão.
Por isso, é nos pedido que a nossa atitude de conversão, resultantes dos apelos à mudança de vida, nos leve a decidir fazer dos caminhos de Deus os nossos caminhos e fazer dos Seus pensamentos os nossos sentimentos.
Só em Cristo Jesus nos foi possível percecionar melhor, que a distância entre os caminhos de Deus e dos homens foi esbatida, pois assim o dizemos na nossa linguagem que Jesus Cristo é o Caminho de Deus para os Homens e o dos Homens para Deus.
Jesus no evangelho apresenta-nos uma parábola, que tem como objetivo falar da Salvação dada por Deus aos Homens, segundo a sua lógica de bondade e fazer tomar consciência aos radicais dos Judeus que não é pela lógica humana de primeiros e últimos que a Salvação é alcançada pelos homens, nem dada por Deus.
A lógica humana serve para as coisas dos homens, mas não para as coisas de Deus, nestas é o próprio Deus que decide segundo a Sua vontade. Assim, quantas vezes nós ficamos chocados com as decisões de Deus que não seguem a lógica humana que nós queríamos que seguissem.
Por isso, a Parábola do evangelho, faz com que cada cristão se dê conta da tendência humana que é fazer comparações sem sentido, medindo e medindo-se, colocando os outros em paralelo, em vez de olhar para o modelo ímpar e único que é Jesus.
Assim a Parábola revela que um proprietário, que segundo Jesus, concedeu o mesmo “salário” a todos os trabalhadores, sem ter em conta as horas de trabalho de cada um. O descontentamento, o desagrado e o sentido de injustiça por parte de quem começou a trabalhar mais cedo, foi imediatamente refutado pelo proprietário: tudo foi cumprido conforme o combinado, a justiça fez-se ao recompensar o trabalhador com o salário combinado.
Jesus pretende reiterar com esta parábola, que a justiça de Deus não segue a lógica da retribuição humana. A justiça de Deus é amar sem medida, pelo que não olha à quantidade, mas à qualidade; não regista cronologicamente a chegada à fé, mas avalia a qualidade do amor que vive. Assim compreendemos o exemplo de São Paulo: Ele não deixa de ser menos Apóstolo do que os outros, por ter chegado mais tarde ou ter sido perseguidor de cristãos, bem como qualquer pessoa que vai à igreja desde pequeno, não se deve sentir mais santo e mais perfeito do que aqueles que se convertem mais tarde. A recompensa de Deus é a mesma para ambos, mesmo que humanamente, isso pareça uma injustiça e essas pessoas sejam, não raras vezes, vítimas de desconfiança e até de inveja. Mais do que, tantas vezes, contestar o que Deus dá aos outros devemos é agradecer e potenciar o que Ele nos dá a nós.

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