DOMINGO XXVI DO TEMPO COMUM
A Liturgia da Palavra para este XXVI Domingo do Tempo Comum, apresenta-nos alguns desafios para assumirmos na nossa vida da fé que implica o fazermos a vontade de Deus, não apenas por palavras, mas sobretudo por ações.
A nossa condição humana leva-nos a encontrar sempre outros culpados para aquilo que deveríamos assumir como erros nossos. Por isso, somo chamados a refletir, sobre esta temática, para que não culpemos os outros, ou as próprias circunstâncias e até o próprio Deus e assim sabemos que reconhecendo o nosso erro, possamos ir à procura da maneira de nos emendarmos e seguirmos o caminho do bem.
A primeira leitura da profecia de Ezequiel, é de alguma forma a resposta de Deus à maneira como alguns elementos do povo, responsabilizavam Deus pela situação de exilio que estavam a viver e uma sensação de abandono, culpando Deus por não ter cumprido a Sua aliança.
Assim, Deus faz saber através do profeta Ezequiel, que procedeu de maneira justa, mas os que O acusavam, sendo responsáveis do povo, é que não procederam como deviam, nem se quiseram emendar do seu mau proceder.
Quantas vezes esta situação continua a acontecer no novo povo de Deus? Quantas vezes acusamos Deus de não fazer, de não impedir, de não atuar, quando somos nós que estamos a falhar e não queremos fazer aquilo que é reto.
É assim que São Paulo, na segunda leitura alerta os cristãos da comunidade de Filipos, que os interesses pessoais, a vanglória, o querer ser mais importante que os outros, cria mau estar e divisões na própria comunidade. Por isso, o exemplo que São Paulo apresenta aos Filipenses é o próprio Senho Jesus Cristo, “Ele que era de condição divina”, fez-se “pequeno” como nós, para ser um de nós e aprendermos com a Sua humildade.
Por isso, os caminhos da rivalidade, são caminhos que destroem a paz e a harmonia na comunidade e devem deixar de ter lugar, para que todos possam contribuir com a sua humildade e caridade na vida da própria comunidade.
“Tende em vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus” é o apelo a repetir nos dias de hoje nas comunidades cristãs e nas paróquias, desta Igreja que é o novo povo de Deus, para que se renove e a ambição do poder, o querer mandar, o sempre fizemos assim e o sempre fomos nós, não tenham lugar no coração de quem serve a Igreja para maior honra e louvor de Deus.
No evangelho, a questão que Jesus coloca àqueles que se diziam cumpridores da lei, príncipes dos sacerdotes e anciãos do povo, é para que eles reconheçam que as palavras implicam ações concretas e a coerência leve a reconhecer que aqueles que estão dispostos a converter o seu coração e a modificar o seu modo de proceder alcançarão o Reino de Deus.
Por isso, não basta ter boa vontade ou boas intenções, há que efetivá-las com ações e assim viver com a consciência que reconhecendo os erros podemos emendá-los e seguir o caminho reto e não apenas ficarmo-nos pelas boas intenções.
”Que vos parece. Um Pai tinha dois filhos. Disse ao primeiro: Filho, vai hoje trabalhar na vinha. Ele respondeu: não quero. Depois arrependeu-se e foi. Disse ao segundo o mesmo e ele respondeu: Eu vou, Senhor. Mas de fato não foi. Qual fez a vontade do Pai?
Que vos parece, onde nos inserimos? Sou daqueles que, apesar de vacilantes, discernem com critérios evangélicos e aderem à proposta cristã? Ou mantenho a minha vivência da fé e religiosa numa redoma de proteção, feita de liturgias e devoções e de falsa sensação de cumprimento dos preceitos, mas incapaz de se comprometer com a dilatação do Reino de Deus, isto é, com o serviço na comunidade cristã e com a Igreja?