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Participação na oferta de Cristo ao Pai

Eucaristia

A Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, popularmente chamada Festa do Corpo de Deus, é destinada sobretudo a fortalecer o nosso amor à Eucaristia e a nossa fé na presença real de Cristo no pão e no vinho consagrados. Pelo apreço que a Eucaristia merece, tradicionalmente é designada por Santíssimo Sacramento, isto é, o Sacramento mais santo, a mais sagrada das acções realizadas pela Igreja.
Quando Jesus, na noite anterior à sua morte, instituiu a Eucaristia, disse: “Isto é o meu Corpo entregue por vós”; “este é meu sangue derramado por vós”. O que é que Jesus quer dizer com as palavras corpo e sangue?
É pelo corpo que vivemos, que falamos e realizamos qualquer acção. O corpo indica não uma parte da pessoa, mas a pessoa inteira e toda a sua existência. E para Jesus, como para qualquer judeu, o sangue significa a sede da vida, é a própria vida e, como consequência, derramar o sangue significa morrer, o sangue derramado é a morte. Dizendo “isto é o meu corpo”, é como se dissesse: isto sou Eu mesmo, toda a minha pessoa, toda a minha vida; declarando “este é o meu sangue derramado”, é como se indicasse: esta é a minha morte. Jesus oferece, por nós, a sua vida e a sua morte, oferece tudo, oferece-Se todo, numa oferta total, num amor inigualável, num sacrifício perfeito.
E nós, durante a Missa, o que é que fazemos? Num grande acontecimento celebrado há 50 anos, o Concílio Vaticano II, a Igreja exprimia este desejo: que todos os cristãos participem na Missa de “maneira consciente e activa”. Conscientes daquilo que celebramos, ou seja, a oferta que Jesus faz de Si mesmo ao Pai para nossa salvação; para que, consciente e activamente, com Cristo, no Espírito Santo, nos ofereçamos a nós mesmos ao Pai, ao nosso corpo e sangue, à nossa vida e às nossas mortes diárias.
Na Eucaristia, oferecemos a Deus todos os momentos que formam o conjunto da nossa vida: trabalho, descanso, conversas, encontros, alegrias…; e também as nossas mortes, isto é, as nossas dores, desilusões, tristezas, canseiras, doenças, perdas.
Não há nada na nossa vida que não possa ser oferecido, que não possa ser entregue ao Pai, unido na oferta única de Jesus. Toda a minha vida é colocada no altar e ali oferecida.
Uma antiga máxima dizia: “A Igreja faz a Eucaristia e a Eucaristia faz a Igreja”. Todos percebemos que é a Igreja que “faz” a Eucaristia. Mas como é que a Eucaristia faz a Igreja? Fazendo da Igreja, de cada cristão, uma Eucaristia, ou seja, capacitando cada cristão a viver em atitude permanente de Eucaristia, em atitude permanente de entrega, para benefício e salvação de todos.

Ler também:  "No coração da esperança"

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