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Papa pediu “humildade e ternura” aos novos cardeais

Vaticano

O Papa Francisco alertou, no dia 14 de Fevereiro, no Vaticano, para as tentações da inveja, do orgulho e do rancor que podem existir na vida da Igreja, pedindo aos novos cardeais que sejam exemplo de “caridade” e de “justiça”. “Nós, seres humanos (todos, e em todas as idades da vida), sentimo-nos inclinados à inveja e ao orgulho por causa da nossa natureza ferida pelo pecado. E as próprias dignidades eclesiásticas não estão imunes desta tentação”, disse, na homilia do consistório para a criação de 19 cardeais.
Para o Papa quem tem responsabilidades de governo na Igreja Católica “deve ter um sentido tão forte da justiça que veja toda e qualquer injustiça como inaceitável, incluindo aquela que possa ser vantajosa para si mesmo ou para a Igreja”. Explicou que a “dignidade cardinalícia” não é “honorífica” e que, na Igreja, “toda a presidência provém da caridade, deve ser exercida na caridade e tem como fim a caridade”.
“A caridade, dom de Deus, cresce onde há humildade e ternura”, acrescentou.
O Papa Francisco admitiu que quem vive em contacto com as pessoas tem sempre “ocasiões para se irritar”, mas advertiu contra o “risco mortal da ira retida, «aninhada» no interior”.
“Não. Isto não é aceitável no homem de Igreja. Se é possível desculpar uma indignação momentânea e imediatamente moderada, não se pode dizer o mesmo do rancor. Que Deus nos preserve e livre dele”, declarou.
O Papa convidou os presentes a “saber amar sem limites”, com atenção às situações particulares, através de gestos concretos, com a “capacidade de ter em conta o outro, a sua dignidade, a sua condição, as suas necessidades”.
O Papa Francisco apresentou aos novos cardeais um “programa de vida”, pedindo-lhes que sejam “pessoas capazes de perdoar sempre; de dar sempre confiança, porque cheias de fé em Deus; capazes de infundir sempre esperança, porque cheias de esperança em Deus; pessoas que sabem suportar com paciência todas as situações e cada irmão e irmã, em união com Jesus”.
A Igreja conta com mais 15 cardeais eleitores, provenientes de 14 países, incluindo Portugal (D. Manuel Clemente), além de cinco cardeais com mais de 80 anos de idade (sem direito a participar num eventual Conclave).
O mais velho dos novos cardeais, D. José de Jesús Pimiento Rodríguez, arcebispo emérito de Manizales (Colômbia), de 95 anos, não pôde deslocar-se ao Vaticano, pelo que vai receber o anel e o barrete vermelho na sua diocese.

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