Vaticano
O Papa Francisco apresentou, no sábado, 11 de Abril, a bula ‘Misericordiæ Vultus’ (Rosto de Misericórdia) através da qual convocou o Jubileu dedicado à Misericórdia.
Composta por 25 números, o Bula explica que “Misericórdia não é uma palavra abstracta, mas uma forma para reconhecer, contemplar e servir”.
O desejo do Papa é que este ano seja uma oportunidade para “viver a cada dia a misericórdia” e que sirva para chegar às “periferias” onde se encontram os mais fracos e desprotegidos.
O Papa Francisco recuperou o ensinamento de São João XXIII, que falou do “remédio da misericórdia” e Paulo VI, que identificou a espiritualidade do Vaticano II como Samaritano.
“A trave mestra que suporta a vida da Igreja é a misericórdia. Toda a sua acção pastoral deveria estar envolvida pela ternura com que se dirige aos crentes; no anúncio e testemunho que oferece ao mundo, nada pode ser desprovido de misericórdia. A credibilidade da Igreja passa pela estrada do amor misericordioso e compassivo”, explicou.
O “Rosto de Misericórdia” também explica alguns destaques do Jubileu: primeiro o lema “misericordioso como o Pai”, depois o convite a uma peregrinação e, especialmente, a necessidade de perdão.
O Papa dá destaque no número 15 à redescoberta das Obras de Misericórdia Espiritual e Corporal “para despertar a nossa consciência, muitas vezes apática perante o drama da pobreza, e para entrar mais no coração do Evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina.” No número 19 destacam-se os apelos contra a violência organizada e contra os promotores ou cúmplices da corrupção.
A apresentação da bula marca a convocação do Ano Santo que inicia a oito de Dezembro, solenidade de Maria: “para não deixar a humanidade sozinha à mercê do mal” e coincide com o 50º aniversário do encerramento do Concílio Vaticano II, a que a Igreja “sente a necessidade de manter vivo”.
O encerramento acontece “na solenidade litúrgica de Cristo Rei, a 20 de Novembro de 2016”.
A Porta Santa da Basílica de São Pedro será aberta pelo Papa a 8 de Dezembro e no domingo seguinte o gesto simbólico vai repetir-se em todas as igrejas do mundo, às quais Francisco tenciona enviar ‘missionários da misericórdia”.