DOMINGO III DO TEMPO COMUM
Neste III Domingo do Tempo Comum, a Liturgia da Palavra, põe em realce a PALAVRA DE DEUS, como meio para que a mensagem seja difundida e acolhida e produza o seu efeito de conversão e de mudança.
Foi com este sentido que o Papa Francisco pediu que a Igreja, realçasse a importância da Palavra de Deus e num domingo se acentuasse a grandeza e o tesouro que nos foi confiado e nas assembleias litúrgicas se exteriorizasse a importância devida à Palavra de Deus.
O Domingo da Palavra de Deus é tão só um meio para recordar a grandeza da Revelação que num ritmo semanal vamos proclamando, meditando e acolhendo, para a pormos em prática no dia a dia.
Assim, na primeira leitura, o profeta Jonas é enviado à cidade de Nínive, esta era vista como inimiga de Israel, simbolizava o mal e a inimizade com Deus, para anunciar a destruição da própria cidade: “Daqui a quarenta dias, Nínive será destruída”. Mas a força da mensagem levou à mudança de vida e de atitudes por parte dos habitantes de Nínive. Em terra estrangeira, a Palavra de Deus levou a que a mudança e o arrependimento acontecessem e assim, a cidade foi poupada à destruição, ao passo que no povo escolhido, quantas vezes a voz dos profetas não era escutada e não aceitavam o caminho de conversão.
Dar valor à Palavra de Deus é fazer com que Ela em nós, provoque atitudes de conversão que transformem a nossa maneira de viver, segundo a vontade de Deus.
É esta importância da Palavra, que São Paulo realça ao longo da sua missão apostólica, e que no texto da segunda leitura deste domingo sublinha o “tempo breve e o cenário do mundo passageiro”, para apelar à conversão, ao arrependimento e ao caminho da salvação. Assim, São Paulo sublinha a necessidade urgente da conversão, porque o tempo é breve e passa depressa.
No evangelho, São Marcos coloca o início da pregação de Jesus, depois de João Batista ter sido preso, e com um apelo forte ao arrependimento e à fé na Boa Nova, “arrependei-vos e acreditai no Evangelho”.
A missão evangelizadora do Messias é partilhada com aqueles que chama a participarem da Sua missão: “Vinde comigo e farei de vós pescadores de Homens”.
Assim Jesus, ao iniciar a sua vida pública e assumir o messianismo anunciado pelos profetas, chama alguns para andarem com Ele, para os instruir e depois pra os enviar em missão.
A vocação ou chamamento dos primeiros discípulos, que depois constituiu Apóstolos, tem como base a promessa de fazer deles pescadores de Homens, já que a sua realidade concreta de pescadores, os levaria a lançar outras redes para alcançar outros objetivos.
O exemplo da prontidão da resposta dos que são chamados, primeiro Simão e André e depois Tiago e João, revelam um desprendimento total, para seguir novos caminhos e viver novas experiências, mostrando também que confiam em quem os chama.
A vocação e a aceitação dela têm sempre algo de incompreensível ou ausência de sentimentos palpáveis, mas é essa dimensão que faz do Chamamento e da resposta dada, algo tão pessoal e intransmissível que só são decifráveis pelos desígnios de Deus.