SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR
O Tempo Pascal, marcado profundamente com a presença do ressuscitado vai fortalecendo a fé dos discípulos com as suas manifestações ao longo de quarenta dias. Assim este tempo conclui o itinerário terreno de Jesus, já que a Ascensão marca o regresso do Verbo eterno à Glória do Pai, dando-nos a perspetiva que abriu para todos os Homens o caminho que vai da terra aos Céus.
Celebrar a Solenidade da Ascensão do Senhor é renovar a consciência da Missão que foi confiada aos Apóstolos/Igreja e a nova presença divina que fortalece e leva mais longe a voz do Ressuscitado.
A liturgia da Palavra desta Solenidade da Ascensão acentua fortemente o ENVIO PARA A MISSÃO, depois do tempo de chamar e instruir, (VINDE!), agora é o tempo de IR e o limite é “até aos confins da terra” (IDE!).
Assim a primeira leitura dos Atos dos Apóstolos, de São Lucas, coloca no dia da Ascensão o termo do seu primeiro livro, O Evangelho, e o início do seu segundo livro, Os Atos dos Apóstolos, com a presença do Ressuscitado de forma visível até ao dia em que foi elevado aos céus e de forma invisível depois da Ascensão com a certeza que nos deixou: ”Eu estou sempre convosco”.
Por isso, São Lucas cinca bem a Missão que Jesus confia aos Apóstolos, com a promessa de que em breve receberiam o Espírito Santo e com a Sua força os tornaria suas testemunhas até aos confins da terra.
É no contexto da Ascensão, elevou-Se à vista deles, que os Atos dos Apóstolos nos apresentam dois homens vestidos de branco, a relembrar que agora é o tempo da missão na Terra, pois os olhos fitos no Céus devem dar lugar à ação com os pés bem assentes na terra.
Esta ação na Terra pela força do Espírito Santo é o que São Paulo nos recorda na segunda leitura quando nos relembra que o Espírito de Sabedoria e de Luz é que nos faz conhecer plenamente Aquele que anunciamos e que agora está na Glória do Pai, sem deixar de estar connosco.
O Evangelho diz-nos que os onze Apóstolos se dirigiram para o monte, na Galileia, que Jesus lhes indicara, e aí Jesus manifesta-se de forma visível pela última vez. O evangelista São Mateus, sublinha a atitude dos onze quando viram o Senhor, adoraram-n’O, sendo que alguns ainda duvidaram. Apesar disso, Jesus confia-lhes a Missão: de irem e ensinares todos os Povos, de batizarem em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo e de ensinarem a cumprir os seus mandamentos.
Assim o envio para a Missão, torna este tempo, o Tempo da Ação da Igreja guiada pelo Espírito Santo, que tem na certeza da presença de Jesus até ao fim dos tempos, a confiança necessária para levar por diante o mandato do Senhor Ressuscitado.
No entanto, estamos conscientes que a Missão confiada exige sempre uma grande dose de confiança n’Aquele que está connosco até ao fim dos tempos, porque sempre persistirá a tensão permanente entre o medo e a audácia, entre a fé e a dúvida.
Por isso, a celebração da Solenidade da Ascensão requer hoje dos Cristãos o fortalecimento da fé para que continuemos a dar cumprimento ao mandato de Cristo, para que Ele seja anunciado a quem ainda O não conhece ou a quem tem uma imagem desvirtuada pela infantilização que permanece cristalizada na mente de quem não o acompanhou no caminho da sua maturidade adulta.
Assim esta Solenidade, relembra a todo o discípulo que é missionário porque participa da Missão da Igreja e recorda também a Esperança que nos anima de um dia participarmos da Ascensão do Senhor que nos possibilitará também estarmos na Sua Glória.
Ao terminar esta Semana da Vida, que teve como lema: ”Levanta-te! A tua vida é um Dom”, peçamos a Maria Santíssima a graça de seguirmos o seu exemplo e assumirmos que pela nossa Vida os dons de Deus chegam a quem necessita deles.