O Perdão e a Misericórdia na relação humana são marcas indeléveis da presença de Deus na nossa vida

DOMINGO XXIV DO TEMPO COMUM

A liturgia da Palavra deste XXIII Domingo Comum, fala-nos da misericórdia e do perdão, como sentimentos que fundamentam as atitudes de Deus perante o pecador e são exemplo para o Homem seguir na convivência com o seu semelhante.
São vários os exemplos que a Palavra de Deus vai apresentando ao longo do ano litúrgico, sobre a misericórdia e o perdão, para que o nosso modo de viver seja iluminado por estes ensinamentos e os possamos pôr em prática diariamente.
São Paulo aponta-nos, por isso, esta pertença a Deus, “quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor”, como um modo de vida que se expressa na nossa relação com Ele: viver para Deus, viver de Deus e viver como Deus.
Assim encontramos na chamada regra de ouro, universalmente acolhida quase por todos os credos e religiões, a expressão “não faças aos outros aquilo que não gostarias que te fizessem a ti” ou na forma positiva “faz aos outros aquilo que gostarias que te fizessem a ti”, que aponta o caminho da convivência humana como equilíbrio entre o sonho e a realidade.
Por isso, encontramos na primeira leitura, algumas atitudes que não se coadunam com alguém que se diz ser cristão ou simplesmente crente: o rancor, a ira ou a vingança. São estes sentimentos que quebram qualquer possibilidade de reconciliação e que inviabilizam a atitude de imitar a postura de Deus quando usa a misericórdia e perdão a nosso favor.
Assim o apelo a viver a verdade é o apelo que o autor da primeira leitura coloca diante de nós: Pedir o perdão de Deus e não ter compaixão pelo seu irmão é ser egoísta e um ato reprovado pelo divino.
No evangelho, Jesus elucida esta realidade de uma forma extraordinária através da parábola, já que à pergunta da quantidade: quantas vezes deverei perdoar, Jesus responde com o critério da qualidade, isto é, humanamente a misericórdia deve ser vivida na proposta “Perdoar – Ser Perdoado”.
De certo que na parábola que Jesus conta, apresenta a incoerência daquele homem que viu a sua divida perdoada pelo seu Senhor e depois não teve a capacidade de perdoar a um dos seus devedores, como exemplo do que Deus faz connosco e o que Deus quer que façamos com os nossos semelhantes.
Assim, olhando de uma maneira transparente, vemos que Deus não olha à quantidade, ao contrário do Homem que dá importância a qualquer quantidade do devedor, fazendo-nos refletir que Ele perdoa as nossas “dívidas”, falhas, que são incomensuravelmente maiores que as dos outros para connosco. Daí o ensinamento evangélico, “quem muito ama, muito perdoa; quem pouco ama, pouco perdoa”.
Jesus faz um apelo ao perdão de todo o coração, isto significa, que perdoar não é esquecer, mas a sinceridade do perdão consiste na subsistência da atitude perante aquele a quem perdoámos, que leva a uma reconciliação sincera que deixe de lado a desconfiança e a dúvida.
Por isso, o Perdão e a Misericórdia de Deus é de tal modo grandioso que confia plenamente na nossa conversão e nunca dúvida da nossa sinceridade.

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