DOMINGO XVI DO TEMPO COMUM
As leituras deste XVI Domingo Comum, falam-nos de um Deus omnipotente que manifesta o Seu poder quando perdoa, do Homem que na sua fraqueza tem no Espírito Santo Aquele que intercede por ele e as três parábolas que apresentam o Reino dos Céus como proposta de Deus para aqueles que nas realidades do mundo, aceitaram viver com os valores do Evangelho.
A primeira leitura dá-nos a perspetiva do sábio que, ao analisar as manifestações de Deus ao Seu Povo, reconhece a diferença de atitude do Homem e de Deus, enquanto que o Homem mostra a sua força e poder reprimindo e escravizando os seus adversários, Deus faz precisamente o contrário, dando lugar ao arrependimento, usa o perdão.
Na segunda leitura, São Paulo, diz-nos que nós, na nossa fraqueza, não sabemos o que pedir, por isso é que o Espírito Santo vem em nosso auxílio, para realmente pedirmos o que é essencial e fundamental na nossa vida de Cristãos.
O evangelho apresenta-nos três parábolas, sobre o Reino dos Céus. Esta forma, encontra nas imagens simples do quotidiano, o modo comparativo, para levar o ouvinte às realidades mais elevadas e às categorias sobrenaturais.
A primeira parábola do Trigo e do Joio, tem a sua explicação na forma longa do evangelho e por isso o próprio Jesus nos diz que Ele é quem semeia, o mundo é o lugar onde lança a semente, o trigo representa a Boa Semente que cresceu e se desenvolveu, que são aqueles que levaram a sério a Palavra de Deus e se esforçaram para a pôr em prática, o Joio é a semente do maligno que se instala e cresce no meio da semente boa.
Também a resposta do dono do campo aos servos que Lhe perguntaram se queria que arrancassem o joio, é a forma como a Palavra de Deus nos ensina a viver no Reino dos Céus: a coabitação com o mal é a maneira como aqueles que vivem segundo os critérios do Evangelho, não deixam de viver inseridos no mundo, vigilantes para se não deixarem contaminar, mas ativos para que o Amor que vem de Deus, seja o meio para que o Bem prevaleça sobre o mal.
A segunda parábola fala-nos da semente mais pequena, o grão de mostarda, que cresce e se torna árvore onde se abrigam as aves do céu. Assim o ensinamento de Jesus leva-nos a entender que o Reino dos Céus começa por ser uma realidade pequena, mas que vai crescendo graças à ação daqueles que acolhem e vivem a Palavra de Deus.
Como a Palavra de Deus, que primeiro dirigida a um povo pequeno e depois levada a todos os povos da terra. Hoje a nossa fé e o nosso testemunho serão porventura a “Semente de Mostarda” lançada ao mundo atual e que esperamos que cresça com vitalidade.
A terceira parábola, a do fermento misturado em três medidas de farinha, é semelhante à do grão de mostarda, já que a quantidade de fermento para levedar a massa é pequena, mas cumpre a sua missão.
O princípio da transformação é a imagem do fermento, a Palavra e a mensagem de Jesus, que sendo um “elemento menor” no meio do mundo procura dar consistência e sabor a quem a segue na vida.
Nós como Cristãos somos chamados a ser fermento no meio da massa, inseridos que estamos no mundo, isto é, nas suas realidades e ambientes.