Manter a Esperança no meio do sofrimento, é caminho para a fé manifestar os seus dons

A Liturgia da Palavra deste V Domingo do Tempo Comum, coloca diante de nós a visão humana do sofrimento,

na pessoa de Job, o compromisso da evangelização, no apóstolo São Paulo, e o caminho a percorrer por Jesus para levar a todos a Noa Nova do Reino.
A visão amargurada do sofrimento, retira a semente da esperança e torna mais pesada a cruz que não é aceite; todo o cristão deve fazer da sua condição um evangelizador comprometido com a novidade salvífica do evangelho; e em Cristo Jesus temos o exemplo da Sua proximidade com as pessoas para que a Sua ação seja libertadora da doença, do sofrimento e da angústia e assim a Sua mensagem seja procurada e acolhida. No dia a dia de Jesus, o fazer caminho para levar a Boa Nova a outros é a forma como a missão é assumida e posta em prática: “foi para isso que Eu vim”.
A primeira leitura apresenta-nos o profeta Job como exemplo do homem que vive o sofrimento da vida com falta de esperança e descrente na felicidade. Por isso, Job fala da angústia que é viver o dia a dia no sofrimento que tolhe a esperança.
Este exemplo é sem dúvida, representativo de muitos homens e mulheres que vivem sem esperança e a sua vida é um sofrimento contínuo. Mas no meio do sofrimento, aqueles que pela fé confiam em Deus, encontram uma luz de esperança e uma visão diferente que não os deixa desistir de pedir e de se esforçar por ultrapassar os momentos mais difíceis. Que a fé dos cristãos possa ser exemplo para os que não têm esperança e recuperem o sentido da vida para a felicidade.
Na segunda leitura São Paulo, escreve aos cristãos de Corinto e diz-lhes que a sua missão de anunciar o Evangelho lhe foi confiada para que ele e quem o aceite possam ser participantes dos bens do mesmo Evangelho.
Assim São Paulo, assume a sua missão apostólica com a liberdade com que o caracteriza para que a Boa Nova chegue ao maior número possível adequando a sua ação conforme a condição daqueles a quem se dirigia.
Por isso, hoje, levar a Boa Nova implica também conhecer a realidade dos que estão à escuta e responder às inquietações daqueles que a procuram.
No evangelho encontramos a descrição de um dia normal vivido por Jesus: a ida à Sinagoga, o estar com os discípulos, o estar em casa, o estar com as multidões, curando doentes e expulsando demónios, o dormir e descansar e o rezar em lugar isolado, no silêncio e estando só.
É esta descrição de São Marcos, no texto do evangelho, que também nos ajuda a perceber que Jesus não queria que fosse mal-entendido em relação a triunfalismos e protagonismos, já que quando os discípulos Lhe dizem “todos te procuram”, Jesus não se deixa impressionar e quer sim, seguir o Seu caminho, “vamos a outros lugares e povoações a fim de pregar aí também, porque foi para isso que vim”.
A missão que Jesus confiou aos discípulos e consequentemente à Sua Igreja, é realmente uma missão que não deve ser vista pela perspetiva do protagonismo e do triunfalismo, mas na perspetiva de essência da missão, anunciar a Boa Nova: “ide por todo o mundo e anunciai a Boa Nova, ensinando a cumprir tudo o que vos ensinei”.
Hoje o que temos de fazer, é precisamente olharmos para o exemplo de Jesus como Mestre, e procuram imitá-Lo na Sua ação e na Sua postura, já que se cedemos à tentação do protagonismo, desvirtuamos e esvaziamos a Boa Nova para focarmos o menos importante que é o transmissor.
O Caminho da Igreja é o mundo atual, mas o tesouro da Boa Nova que nos foi confiado é que pode transformar o mundo na medida em que formos fiéis ao mandato de Cristo: ide!

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