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Eu sou o Bom Pastor, conheço a minhas ovelhas e elas seguem-Me

DOMINGO IV DA PÁSCOA
OS CAMINHOS NOVOS DA PÁSCOA:

Neste quarto Domingo da Páscoa, chamado DOMINGO DO BOM PASTOR a Palavra de Deus leva a interrogar-nos com a mesma pergunta que os ouvintes de Pedro colocaram: “Que havemos de fazer”? Se a pergunta tem um cariz pessoal, para uma adesão pessoal à fé, ela é essencial para a consciencialização da dimensão comunitária.
Ao ouvirmos a Palavra de Deus, como Assembleia reunida, como Igreja convocada ou como comunidade celebrante, somos interpelados com a mesma inquietação: “Como Igreja, como Comunidade ou como Assembleia, que havemos de fazer?” Se os tempos não são fáceis, a Igreja já passou também por outros momentos, não menos exigentes, sendo agora interpelada s seguir a voz do Bom Pastor, que nos conduz pelo caminho reto.
Seguir o caminho pelo qual, o Bom Pastor nos conduz, é aceitar a exigência, como aceitaram os que escutaram Pedro e receberam o batismo e se juntaram aos discípulos num número significativamente grande.
A exigência da Palavra e da Proposta de Pedro, na Primeira Leitura, não constituiu impedimento para muitos se juntassem aos discípulos de Cristo Senhor. E hoje, como vemos as exigências da mesma Palavra de Deus, nos desafios lançados ao Homem do nosso tempo? Assumir compromissos exigentes na vivência da fé, afasta mais do que congrega os membros da comunidade? Como pode o Homem viver a vida sem assumir compromissos ou sem os cumprir? É, como diz São Pedro na Segunda Leitura, ser igual às ovelhas desgarradas. Por isso, hoje a Liturgia da Palavra convida-nos, a aceitar o risco que a própria fé exige.
No Evangelho, Jesus apresenta a Imagem da Porta e do Pastor, Assumindo-se em ambas para ensinar que a imagem da Porta é fundamental para quem entra e quem sai, saiba da familiaridade que é frequentar o nosso espaço e o nosso ambiente.
Assim a Imagem da Porta: “Eu sou a Porta,” diz Jesus, leva-nos a refletir que ela é a última barreira entre o exterior e o interior, e por ela entramos no espaço da intimidade e da familiaridade. Por isso, Jesus apresenta-Se como a Porta que permite o acesso à intimidade de Deus-Pai e ao bater do Seu coração.
É neste caminho de crescimento da nossa relação com Deus, que procuramos saber entrar pela Porta que é o Seu filho e que assim Ele nos dá sempre acesso à comunhão com Deus.
Ora, a outra Imagem que o Evangelho nos apresenta e que Jesus assume é a do Pastor; O Pastor que conhece as suas ovelhas, chama cada uma delas pelo seu nome e elas seguem-No porque conhecem a Sua voz.
É assim, que esta Imagem, hoje continua a ter a mesma validade, mesmo num mundo digital, porque somos desafiados a conhecer a Voz de quem chama. Por isso, somos também instados a educar o olhar e o ouvido, para discernir a verdadeira e autêntica Voz da Palavra de Deus no meio deste mundo cheio dos mais variados ruídos e barrulhos. É neste contexto que a vivência da nossa condição de Cristãos é exigente e requer a atenção constante, para que no meio de tantas vozes que proliferam e que por vezes desvirtuam e manipulam a própria vontade de Deus, nos mantenhamos firmes no seguimento da Voz do verdadeiro Pastor.
É também neste contexto que somos convidados a tomar consciência de que somos pessoas a caminho e que integram uma comunidade. Porque ser discípulo de Jesus, o Bom Pastor, significa estar integrado numa comunidade/” Rebanho”, que O segue e com Ele caminha.
Nesta caminhada feita em conjunto, se por um lado encontramos a dimensão sinodal, por outro lado encontramos a característica do ser cristão que é a corresponsabilidade. Assim o percurso a fazer, pode suscitar dúvidas e incertezas, por causa dos caminhos desconhecidos que somos chamados a fazer, mas também a manter firme a confiança n’Aquele que caminha connosco e que nos guia por esses mesmos caminhos.
É nesta confiança, que deve ser feita a nossa Oração pelas Vocações, para que Aquele que conhece e sabe das necessidades da Sua Igreja, continue a chamar e aqueles que O seguem continuem a estar atentos à Sua Voz.

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