Em Jesus Cristo Reinar é Servir. – É necessário que Ele Reine!

Solenidade – Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo

Ao terminarmos o ano litúrgico com esta solenidade de Cristo Rei, encontramos as razões para valorizarmos a aprendizagem feita nos caminhos percorridos e razões para reconhecermos Aquele que se fez nosso Caminho como ícone da realeza divina, que reina ao servir.
Assim, celebrar esta solenidade é reconhecer que a soberania de Deus em Jesus Cristo, não se manifesta num poder prepotente e altivo, nem numa forma de governo implacável no julgamento do Homem, mas numa forma em que a medida do juízo divino é o Amor e a Misericórdia, tendo na Caridade a expressão mais perfeita da realeza de Jesus.
A primeira leitura apresenta a visão nos primórdios da monarquia em que os reis eram vistos como encarnação divina, porque eram escolhidos por Ele com o objetivo de conduzirem o povo com os ideais da fé. Por isso, neste texto de Ezequiel, apresenta a imagem ideal do rei que era a do Pastor, tendo como exemplo o Rei David.
O profeta Ezequiel define assim, a realeza de Deus a partir da imagem do Pastor: Alguém que busca as ovelhas, que vigia o rebanho, que caminha com elas, que as guarda para não se perderem, que as apascenta e as faz repousar, alimenta-as, que procura não perder nenhuma e trata com carinho todas as ovelhas que estiverem feridas ou enfraquecidas.
No evangelho, Jesus apresenta esta Parábola com a imagem do Pastor que separa as ovelhas dos cabritos, para realizar o julgamento final baseado nos dois maiores mandamentos da Lei: O primeiro é este, amarás o Senhor teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu espírito; o segundo é semelhante a este, amarás o teu próximo como a ti mesmo.
A diferença do acolhimento ou do afastamento: “vinde benditos de meu Pai” ou “afastai-vos de Mim, malditos”, está na maneira e no modo como cuidamos do Amor a Deus nos nossos irmãos, na maneira como reconhecemos ou não a presença de Deus naqueles que se cruzam connosco nos diversos caminhos e circunstâncias da nossa vida. – “Quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes” ou “quantas vezes o deixastes de fazer a um dos meus irmãos mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer”.
Participar na construção deste Reino de Deus e viver segundo o exemplo e os critérios que Aquele que celebramos como Rei, nos deixou. Por isso, a realeza de Jesus é o caminho que nos é proposto na vivência da nossa condição de crentes, já que se para Jesus Cristo, Reinar é Servir, para nós seus discípulos e colaboradores na construção do Seu Reino é no serviço ao próximo que nos assumimos como tal.
Assim a Parábola do evangelho leva-nos a reconhecer o perfil de Jesus Cristo Rei, o Bom Pastor, no seu modo de ser e de agir no meio dos Homens: O cuidado e a ternura paterna, de um pai para com os seus filhos, a gratuidade do Amor revelada na sua ação e a misericórdia como forma essencial no seu agir. O verdadeiro trono de Jesus é a Cruz, a sua Coroa é a de Espinhos e o seu Poder é o Serviço.
Por isso, celebrar o Cristo Rei significa para nós deixar que Deus seja o Soberano do nosso coração, o lugar onde Ele reina e conduz a nossa vida. Só assim é possível manter viva esta esperança de que o mistério da Redenção humana tenha o resultado refletido nos caminhos do mundo “num reino eterno e universal, reino de verdade e de vida, reino de santidade e de graça, reino de justiça, de amor e de paz”.

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