DOMINGO XXI DO TEMPO COMUM
Neste XXI Domingo do tempo comum, a pergunta de Jesus aos seus discípulos: “E vós quem dizeis que Eu sou?” faz com que nós nos debrucemos sobre este episódio e procuremos responder que nos é dirigida a nós, quem é Jesus? Se nos limitarmos a aceitar a resposta dos outros, então deixaremos de expressar a nossa experiência pessoal.
E a nossa resposta, dada no dia a dia da nossa vida, tem coerência com os nossos gestos e atitudes? A nossa fé em Jesus deve ter implicações existenciais concretas na vivência em Igreja.
Como procuro amar a Igreja, nas suas virtudes e nos seus defeitos? Como me sinto implicado na santidade da Igreja na minha vida pessoal?
Jesus garante que as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Por isso, este episódio convida-nos a mantermo-nos fiéis à Igreja una, santa, católica e apostólica, mesmo quando esta nos pede coisas que não entendemos ou com as quais nem sempre concordamos.
Assim, as leituras de hoje demonstram a solicitude de Deus, que não abandona o Seu povo antes cuida dele através dos homens escolhidos para sinalizarem a Sua presença, garantirem a comunhão do povo e manter os crentes na fidelidade ao projeto salvífico.
Hoje, como no passado, a Igreja é constituída de membros pecadores, mas acima dos gostos pessoais ou discordâncias de perspetivas sobressai a certeza da promessa de Jesus: É através dela que temos que temos acesso ao céu e é nela que encontramos a solidez do testemunho apostólico, garante da continuidade da missão de Jesus.
Por isso, no evangelho, Jesus quer testar as motivações mais profundas de quem o segue. No fundo, os discípulos precisam de mostrar que aquele tempo vivido com Jesus serviu para chegarem à conclusão de quem Ele realmente é.
Assim, testar as convicções deles é fortalecer a firmeza da sua experiência e não falar por aquilo que os outros dizem.
É esta perspetiva que leva Pedro a responder: “Tu és o Messias, o filho de Deus vivo.” Assim, a resposta revela que o tempo passado com o Mestre faz com que o Espírito o leva a verbalizar a revelação de Deus Pai que está nos céus.
Por isso, aquele que reconhece o Filho de Deus, recebe uma responsabilidade maior, ser o alicerce sobre o qual a Igreja deve assentar e o Espírito de discernimento para que as decisões fossem segundo a vontade de Deus.
É também neste contexto, em que é dito explicitamente, que Jesus era o Messias, que surge o pedido do próprio Jesus para que não o dissessem a ninguém.
Este pedido leva a que possamos refletir sobre a vontade de Jesus, “não dizerem a ninguém”, implicava que aqueles a quem falava e se dirigia, aos judeus, às autoridades religiosas e ao povo pudessem fazer a sua própria descoberta, isto é, de poderem ver em Jesus verdadeiramente o Messias anunciado pelos profetas.
Hoje, somos nós convidados a testemunhar sobre Aquele em quem acreditamos, para que aqueles que O não conhecem ou se afastaram d’Ele O possam identificar como o Filho de Deus, o Messias Salvador.