0. Preparo-meProcuro um lugar adequado e uma boa posição corporal.
Respiro lenta e suavemente.Silencio os pensamentos. Tomo consciência da presença de Deus, invocando o Espírito Santo.
1. O que diz o texto- Leio pausadamente o Evangelho Mt 22,15-21.- Sublinho e anoto o mais significativo.Os fariseus pretendem armar uma cilada a Jesus com a espinhosa questão do tributo a César. Em causa, está declarar-se a favor ou contra Roma. Todavia, Jesus não só desmascara as falsas intenções dos seus opositores como dá uma resposta sábia. 2. O que me diz Deus- Imagino-me presente neste episódio. Vejo e ouço. Como reajo? O que sinto? “A César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. É das frases mais citadas de Jesus e, ao mesmo tempo, destorcida do seu real sentido. Para Ele, o imperador e Deus não são dois poderes opostos, entre os quais se repartem bens. Se tenho deveres cívicos a cumprir, antes disso, sou filho de Deus. A César algo do que tenho; a Deus tudo o que sou. Jesus não politiza a imagem de Deus e evita sacralizar o poder político. O texto remete para a verdade existencial: De quem sou imagem? Qual a verdade inscrita em mim? Sou pertença de Deus. E isso preside aos meus compromissos humanos e sociais. O bom cristão sabe ser bom cidadão.
3. O que digo a Deus- Partindo do que senti, dirijo-me a Deus, orando (de preferência com palavras minhas).A quem pertenço Senhor? Tenho o meu clube, minha tendência política, minha sensibilidade religiosa, minha nacionalidade, meu grupo de amigos, minha profissão, minha família… Tudo isso marca a minha identidade, mas não me define de forma absoluta. Baliza meu comportamento e orienta minhas opções, molda minhas alegrias e tristezas, mas não revela a minha verdade mais profunda. De onde venho? Para onde vou? Porque estou eu agora e aqui? A ciência deixa questões essenciais sem resposta. Esta fome de amor e ânsia de liberdade, maiores do que eu, não se reduzem a uma cor, partido ou apelido. Em Ti, Senhor, sou bem mais.De mim, não esperas tributos. Não se trata de pagar, mas de dar. Devolver, frutificado, o amor anteriormente recebido. Retribuir humanizando cada gesto. Tornar “sagrada” cada entrega, aos outros e, sobretudo, a Ti. Eu sou teu.4. O que a palavra faz em mim- Contemplo Deus, saboreando e agradecendo.Senhor, em Ti encontro e reforço a minha dignidade, consciência e coração. Estás inscrito no meu ser. Jamais o poderei negar ou trocar por outra qualquer realidade. Pelo que és, Te adoro e contemplo. Pelo que me fazes ser, Te louvo e agradeço. Inspira-me o que esperas e mereces de mim. Apoiado em Ti, comprometo-me em algo oportuno e alcançável, crescendo na minha relação diária conTigo e com os outros.
Um pensamento -“Aquele que não se ocupa de política é imoral; mas aquele que se ocupa unicamente de política e tudo vê politicamente é néscio”. (Ortega y Gasset)
Provocações – O que devo à sociedade e a Deus? A quem restituo mais?- As minhas opções políticas e civis harmonizam-se com a minha fé?- Como cristão, qual tem sido o meu contributo na sociedade?- Tenho em conta Deus e seu projeto na hora de tomar decisões?
Um desafio – Pedir ao Espírito Santo a graça de fazer da minha vida uma resposta a Deus.
Uma oração poemaDe quem é esta imagemEstampada em mim?Esta insaciável sede de ser,De amar até doer-meE doar-me, por inteiroLivre, consciente…Que inscrição se firmou em mim?Esta verdade entalhadaQue me estremece nas veias,Este desejo lavradoQue me cintila no olharE este apelo vincadoQue ecoa e me expande o coração…
Este rebento enraizado que sou euQuerendo transparecer-Te,Só por ser Teu.