Chamados a ser Pró-ativos, virtuosos e Vigilantes

DOMINGO XXXIII DO TEMPO COMUM

A liturgia da Palavra deste XXXIII Domingo do tempo comum, apresenta-nos a ideia e o modo como Deus nos chama a ser pró-ativos, virtuosos e vigilantes.
Na vivência da nossa fé em Cristo, isto é, ser cristãos hoje, leva-nos a encontrar na Palavra de Deus os ensinamentos que nos ajudam a fundamentar este modo de ser e estar no mundo, na sociedade e na própria Igreja. Deus não quer Cristãos acomodados na fé e na prática religiosa, mas quer Cristãos que encaram os dons e os talentos recebidos para trilhar caminhos novos, para renovar a vida da comunidade, para desinstalar o pensamento do medo e do receio na vida.
A primeira leitura, contextualizada num povo e numa sociedade concreta, revela o sentido do próprio livro sagrado em que o sábio escritor, coloca na forma de escrever, máximas e provérbios, a forma como quer, nas diversas circunstâncias da vida, haja ensinamentos que ajudem a viver com critérios e valores próprios do povo judaico.
Assim as dimensões, espiritual, religiosa e social são enriquecidas por estas propostas para a vida concreta e apelam para que a maior virtude seja o fazer a vontade de Deus.
Na segunda leitura São Paulo alerta os cristãos de Tessalónica, para não se deixarem levar pela aparente segurança que as nossas capacidades podem dar, mas que permaneçam vigilantes e em atitude de sentinela perante as circunstâncias do mundo.
No evangelho, Jesus conta mais uma parábola, com o intuito de fazer ver que os dons recebidos não são para esconder no comodismo e na preguiça, mas para fazer com que eles cresçam e desenvolvam outras qualidades para o bem comum.
A parábola dos “talentos” ajuda-nos a refletir sobre a nossa vivência da fé e as capacidades que temos nas nossas mãos para fazer a vontade de Deus, neste mundo, nesta sociedade e nesta Igreja.
Todos nós recebemos dons que fazem de nós pessoas únicas e complementares nas diversas dimensões da nossa vida em Igreja e em sociedade. Estes dons recebidos, têm da nossa parte, pelo menos duas maneiras de olhar para eles, ou fazemos deles meios para crescer na dimensão humana e espiritual, nas vertentes pessoal e comunitária ou vencidos pelo medo, pelo comodismo e pela passividade, esconder o que nos foi dado para gerir com liberdade e responsabilidade.
Assim hoje, a Igreja é confrontada pela maneira de ver do Sucessor de Pedro, o Papa Francisco, no que diz respeito à postura que deve ter: “É preferível uma Igreja acidentada, porque se move na aventura da fé para fora dos seus espaços de conforto até às periferias, do que uma Igreja adoentada, que vive fechada e confinada na “sacristia”, e que por isso adoece com falta de oxigénio vital que daí advém”.
A maior virtude, que Deus concede, é a capacidade de fazer frutificar os dons recebidos, para que o cristão tenha uma atitude de querer crescer sempre mais. Sabemos, pois, que as virtudes cristãs não são estanques, mas elas iluminam-se e complementam-se e potenciam o aparecimento e o desenvolvimento de outras.
Receber os talentos e fazê-los render, como nos é apresentado na parábola do Evangelho, é a atitude que deixa de lado, o “apenas conservar” o que tinha sido recebido, mas melhorar e aumentar o que com generosidade foi acolhido da parte de Deus.
Deus é sempre fiel para com quem n’Ele deposita toda a confiança e esperança e por isso, percebemos que o grande mal do último servo da parábola, foi ter confiado apenas em si e nas ideias deformadas que tinha do seu senhor. E isso paralisa, estagna e por isso morre.
Assim a Palavra de Deus, que vai ser proclamada e escutada neste domingo, convida-nos a procurar a virtude que nos torna fiéis aos desígnios de Deus.

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