DOMINGO DA PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO
Cristo Ressuscitou, aleluia, aleluia! É este anúncio que é proclamado em todo o mundo cristão, é esta notícia que é dita com a alegria da fé, é esta exclamação que se ouve em qualquer assembleia litúrgica ou em qualquer casa onde a família transmite a fé.
Neste Domingo da Páscoa da Ressurreição, celebramos a Vida que vence a morte, a Graça que vence o pecado e a Fé que se fortalece com a Palavra proclamada onde o Pavo se reúne para celebrar a alegria da vida.
Em cada ano, num ritmo litúrgico pautado pelas solenidades da nossa fé, celebramos a Páscoa do Senhor, onde a alegria e o júbilo marcam a atitude dos crentes que passaram com tristeza pelos caminhos de reflexão da paixão e morte. O crucificado ressuscitou e está vivo, esta passagem da morte à vida é a certeza para todo o discípulo de Cristo que também terá a sua Páscoa.
Nos dias de hoje, nesta sociedade, da qual fazemos parte, num mundo tantas vezes adverso às questões da fé, somos nós Cristãos, os escolhidos para portadores desta Boa Nova, deste anúncio transformador e mensageiros da Vida Nova da Ressurreição.
Ainda que o homem de hoje esteja focado noutros interesses, ainda que os portadores da Boa Nova sejam cada vez menos, ainda que só exista um pequeno número que viva a sua vida pelos critérios e valores da Ressurreição, continuamos a acreditar que, ainda há fermento na massa, ainda há sal na terra e semente que germina e traz vida nova.
A liturgia da palavra sublinha a força do testemunho dos Apóstolos, relembra a aspiração do Homem às coisas do alto e definitivas e coloca-nos, com Maria Madalena, Pedro e João diante do túmulo vazio.
A primeira leitura dos Atos dos Apóstolos, apresenta-nos Pedro a confirmar em casa do centurião Cornélio, aos pagãos aquilo que já tinham ouvido: Jesus de Nazaré, o crucificado, Deus ressuscitou-O dos mortos. Cristo vive e nós somos suas testemunhas. Assim Pedro, lembra que Jesus apesar de ter feito o bem, levaram-no à morte e morte de cruz, mas Deus ressuscitou-O ao terceiro dia e Ele manifestou-se aos seus discípulos.
Na segunda leitura, São Paulo ao escrever aos cristãos de Colossos, coloca na expressão condicional da nossa ressurreição com Cristo pelo Batismo, a razão para vivermos com a perspetiva das realidades celestes, com “as aspirações às coisas do alto”, e assim fazermos da nossa existência terrena a oportunidade para nos inserirmos no mistério pascal de Cristo.
O evangelho de São João, neste Domingo de Páscoa, coloca diante de nós o desafio da fé, de passarmos do Túmulo vazio para a certeza da Ressurreição. Maria Madalena foi a primeira a constatar o túmulo vazio e por isso, vai apressadamente a ter com Simão Pedro e com João a dar-lhes conta da sua admiração e tristeza pelo desaparecimento do corpo de Jesus. Pedro e João, vão também, com a mesma pressa a certificar-se do sucedido. O túmulo vazio, as ligaduras e o sudário, passam a ser sinais que os iriam a ajudar a compreender “a Escritura, segundo a qual, Jesus devia ressuscitar dos mortos”.
Celebrar a Páscoa, para nós cristãos, é renovar o compromisso de sermos sinais da Ressurreição para os mais afastados, os indiferentes e os que ainda não acreditam. Não tenhamos ilusões, se não formos nós a viver e a testemunhar a certeza da ressurreição, não será por algum acontecimento extraordinário e espetacular que o mundo se transformará num mundo melhor, onde a fraternidade tome o lugar da divisão, o amor tome o lugar do ódio, onde o perdão tome o lugar da vingança e onde a paz tome o lugar da guerra.