DOMINGO XIV DO TEMPO COMUM
Neste XIV Domingo Comum, a Palavra de Deus coloca diante de nós Cristo Jesus, como critério de vivência da fé, e não a Lei Mosaica, e como caminho para conhecer a Deus-Pai. É neste perfil messiânico delineado pelo evangelista São Mateus, manso e humilde de coração, que se concretiza a profecia de Zacarias: “Eis o teu Rei, justo e salvador, que vem ao teu encontro, humildemente montado num jumentinho…”
Assim, segundo São Paulo, a Nova Aliança é a nova realidade em que o Espírito Santo é a chancela de que Deus habita em nós, fazendo perceber, que a realidade vital do Cristianismo se fundamenta na Ressurreição de Cristo.
No Evangelho, Jesus vai mostrando, no seu sermão da montanha, um novo estilo de vida para aqueles que o quiserem seguir, mas esta proposta não é vista com bons olhos pelas autoridades judaicas, principalmente as religiosas.
É neste contexto, que Jesus, na Sua oração a Deus-Pai exalta a grandeza dos pequeninos: “Escondestes estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelastes aos pequeninos”, por isso, só quem se aproxima de Jesus com humildade e disposto a aceitar a sua “ignorância” é que será capaz de captar, aceitar e compreender a Sua mensagem.
Assim o Seu convite, “vinde a mim”, tem como fundamento o encontrarmos n’Ele alívio e descanso para a opressão e o cansaço, fazendo-nos compreender que a Lei judaica, criava nos crentes judeus um peso enorme, porque foi instrumentalizada criando um distanciamento do próprio Deus, fazendo com que a letra da Lei fosse mais importante que o seu espírito e que em vez de libertar, aprisionava no escrúpulo do seu cumprimento.
A novidade que Jesus apresenta, “ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”, faz com que Ele se torne a Palavra de Deus dita aos homens e transforme a importância do olhar para uma religião que deve ser à medida de Deus e não à medida dos homens.
Por isso, o Evangelho deve ser o critério maior na formação da consciência, desenvolvida com liberdade e vontade, e que seja capaz de levar os cristãos a terem a capacidade de olhar para a Palavra de Deus como fundamento da vivência da fé e não como algo de possível manipulação em função de convicções individuais e teimosias pessoais.
Assim como diz São Paulo, na segunda leitura, a presença em nós do Espírito, manifesta a presença de Deus em nós e faz derrubar os medos e receios que poderiam inibir uma vivência mais autêntica da proposta salvífica de Cristo que é “manso e humilde de coração”.
É este viver, segundo o Espírito de Deus que nos tornará diferenciadores na construção de um mundo melhor, que todos nós sabemos começa por nós e pelos que estão à nossa volta no nosso dia a dia.
Com certeza que assim, conseguiremos reconhecer em Jesus, o nosso mestre e Senhor, o “Rei justo e salvador que anuncia a Paz às nações”, como diz a profecia de Zacarias.
Como Cristãos somos hoje, portadores desta proposta de Paz, por isso, fortalecidos pela presença do Espírito de Deus em nós, levemos para a nossa vida o propósito de construir a Paz, sendo homens e mulheres de Paz no nosso dia a dia.