DOMINGO XII DO TEMPO COMUM
A Liturgia da Palavra para este XII Domingo Comum, aponta-nos as dificuldades da missão Profética e Apostólica, até à possibilidade da rejeição, mas é também renovada a certeza do auxílio divino para essa mesma missão.
O profeta Jeremias, no contexto da primeira leitura, levanta a voz contra as injustiças sociais e as alianças que são feitas com o Egipto, por parte do Rei de Israel, porque levarão à desgraça. É este levantar de voz do profeta, são estas denúncias e o chamar da atenção da necessidade de voltar à Aliança com o Senhor-Deus que valem a Jeremias, os maus tratos e a perseguição.
A missão profética nem sempre é fácil e quando cumprida, seguindo a vontade de Deus, acarreta sofrimento e angústia, porque os denunciados tornam-se inimigos e deitam mão a todos os meios para atingir os seus fins que são o silenciar os incómodos.
Mas como Jeremias, o profeta, o enviado, põe a sua confiança em Deus e fortalece a sua ligação com Ele, que lhe robustece a vontade e a perseverança para continuar a missão.
Como os profetas sofreram ao desempenhas a sua missão, também no Evangelho, Jesus prepara os seus Apóstolos para as dificuldades e sofrimentos que vão encontrar na sua ação.
Jesus, como sempre, não esconde as dificuldades que a missão terá, mas garante sempre a Sua ajuda. Faz um apelo aos seus discípulos, de não terem medo de assumir o risco da missão, a não se deixarem abater perante as dificuldades que hão-de surgir, mas confiar n’Aquele que os envia.
A mensagem que levam e transmitem é o tesouro valioso pelo qual vale a pena manter-se firme na verdade sem se deixar abalar por qualquer espécie de armadilhas daqueles que não querem a verdade.
É nesta perseverança que Jesus dá a garantia do Seu testemunho diante de Deus-Pai: “A todo aquele que se tiver declarado por mim diante dos homens também Eu Me declararei poe ele diante de Meu Pai que está nos céus”.
O Senhor Jesus sabe que a missão dos que são chamados e enviados, tem na proximidade com as pessoas a forma mais excelente, mas sabe também que é onde os riscos são maiores, por isso, faz com que os enviados tenham esta ligação mais profunda com Ele, no tempo da preparação, para que seja uma mais valia no desempenho da missão. Se a dificuldades surgem, na missão profética e evangelizadora, neste campo de ação que é o mundo e no hoje da História que é o nosso tempo, há que preparar convenientemente os que são enviados para que nas situações de indiferença e até rejeição não se perca a confiança n’Aquele que nos prometeu a Sua presença até ao fim dos tempos.
Então, para que a missão evangelizadora se desenvolva mesmo no meio de todas as dificuldades, porque portadores da graça de Deus, São Paulo na segunda leitura relembra-nos, que é essa graça, que por meio de Jesus Cristo foi concedida em abundância a muitos.
Aquele que anunciamos ao mundo é Aquele que veio trazer a Salvação e que fica ao alcance de todos pela graça divina. Assim a missão evangelizadora que hoje a Igreja é chamada a por em prática, tem nas dificuldades inerentes ao tempo atual e que as marcas mais relevantes são o individualismo, a indiferença, o relativismo e a postura anti-Igreja, leva a que tenhamos consciência da importância do que dizia Santo António de Lisboa: “A Linguagem é viva, quando falam as obras”.