DOMINGO XXXII DO TEMPO COMUM
A liturgia da Palavra deste XXXII Domingo do tempo comum, apresenta-nos a Sabedoria como fonte de prudência e de vigilância para os acontecimentos importantes da nossa vida e por isso, para o momento de encontro com Deus.
Na proximidade com o final do ano litúrgico a Palavra de Deus aponta-nos para as realidades escatológicas, isto é, para o encontro definitivo com Deus.
Assim, a primeira leitura fala-nos da Sabedoria de Deus que o autor do livro sagrado queria recordar ao povo judeu que a sabedoria humana que a cultura helénica exaltava não era mais importante que a Sabedoria que vinha do cumprimento da Lei de Deus.
Por isso, a primeira leitura exalta a Sabedoria de Deus, manifestada na Sua Lei e propõe a vivência desta Sabedoria que implica a confiança e a fé no Senhor do Universo. O modo como é apresentada a Sabedoria, apontando as suas características, luminosa e inalterável, fácil de encontrar para quem a procura e a ama e também fonte de prudência para quem nela medita, revela a grande importância para aqueles que regem a sua vida por ela.
É com esta Sabedoria que São Paulo na segunda leitura, que instruir os cristãos de Tessalónica no que se refere aos defuntos, já que era uma preocupação para eles não terem a certeza do destino dos seus mortos. Ora São Paulo, que sabia da sua fé em Cristo Jesus, diz-lhes que assim como “Jesus morreu e ressuscitou, do mesmo modo, Deus levará com Jesus os que em Jesus tiverem morrido”, para que eles pudessem animar-se uns aos outros com esta certeza. Este discernimento que vem da Sabedoria de Deus, ajuda os Cristãos a iluminar as suas dúvidas e preocupações e ao mesmo tempo fortalece a fé n’Aquele que é a Ressurreição e a Vida.
Nos caminhos da vida, deparamo-nos muitas vezes com situações que nos levantam dúvidas, que nos trazem inquietações, que nos abalam as certezas da fé, por isso a Palavra de Deus dá-nos sempre pistas para que encontremos na nossa relação com Ele a Sabedoria necessária para encararmos essas situações como oportunidades para crescermos como pessoas e como crentes.
O texto do evangelho deste domingo ilustra o ensinamento sobre o Reino de Deus com a imagem das amigas dos noivos que têm a função de lhes iluminar o caminho para sua casa. De acordo com o ritual judaico do casamento, na noite das núpcias o noivo ia buscar a noiva a casa desta, onde ela aguardava juntamente com as suas amigas. Entre cânticos e danças, as amigas tinham a missão de acompanhar os noivos até à sua nova casa, onde tinha lugar a festa de casamento, iluminando-lhes o caminho com as candeias acesas.
Por isso, Jesus ao contar esta parábola, apresenta um contexto onde é necessário estar preparado para que no momento certo não falte nada e a função ou missão seja cumprida. Assim, na vida dos discípulos de Cristo, os momentos marcantes e importantes devem ser preparados e vividos com responsabilidade.
Todos nós sabemos que qualquer encontro importante da nossa vida deve ser preparado e preparar esse acontecimento revela a preocupação que temos em que tudo decorra da melhor maneira, fazendo com que os que participam nesse encontro se sintam bem e gostem do que foi preparado, tendo também a sensatez e a prudência de pensarmos os pormenores e até um plano alternativo para a eventualidade dos imprevistos.
O alerta de Jesus para estarmos vigilantes e preparados tem também a virtude de nos chamar à atenção para a maneira como encaramos as situações importantes da vida, porque a atitude de descontração e confiança apenas nas nossas capacidades pode fazer de certas oportunidades de encontro com Deus como oportunidades adiadas. A Palavra de Deus hoje, desafia-nos a não confiarmos demasiados nas nossas convicções e expectativas, mas a estarmos permanentemente vigilantes e preparados para acolher o Senhor que vem ao nosso encontro de múltiplas formas.