Está a decorrer no Vaticano a segunda parte, ou segunda sessão da XVI assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos. Os trabalhos começaram esta terça-feira, 1 de Outubro e prolongam-se até ao dia 27 deste mês.
O documento do trabalho apela a uma transformação de “estruturas e processos” nas comunidades católicas, superando o “modelo piramidal” no exercício do poder.
O texto sublinha a necessidade de “superar uma visão estática dos lugares, que os ordena por níveis ou graus sucessivos segundo um modelo piramidal”.
De maneira original o ‘Instrumentum Laboris’, o documento de trabalho para esta segunda sessão, nasceu de uma consulta a dioceses e organismos episcopais de todo o mundo.
O texto defende uma visão renovada do ministério ordenado, “passando de um modo piramidal de exercitar a autoridade para um modo sinodal”.
A reflexão questiona ainda um exercício do ministério episcopal tendencialmente “monárquico”, concebido como “cúmulo de prerrogativas de que derivam todos os outros carismas e ministérios”.
O texto, intitulado ‘Como ser Igreja sinodal missionária’, apresenta 112 pontos, divididos em três partes, com uma introdução e uma secção de “fundamentos”.
O Vaticano recebeu 108 relatórios de Conferências Episcopais (de um total de 114), nove das Igrejas Católicas Orientais, o contributo da USG-UISG (União Internacional dos Superiores Maiores e a União Internacional das Superioras Gerais), organismos da Cúria Romana e mais de 200 comentários, provenientes de realidades internacionais, faculdades, associações de fiéis, comunidades e pessoas individuais.
A estes contributos somaram-se as conclusões do encontro internacional “Os Párocos pelo Sínodo”, que decorreu em Roma, de 28 de Abril a 2 de Maio.
O Sínodo dos Bispos pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam peritos e outros convidados, com o objectivo de ajudar o Papa no governo da Igreja. Este é, sem dúvida, o Sínodo mais participado de todos os tempos de onde se espera uma Igreja mais aberta e atenta à realidade do mundo actual.