Ouvimos dizer, muitas vezes, que a Guarda tem tudo para se afirmar não só no panorama regional mas também nacional e internacional.
Sem grande dificuldade olhamos para um concelho rico em património edificado com monumentos de encher o olho em que a Catedral ocupa lugar de destaque. Um espaço de uma grande diversidade paisagística de causar inveja e cortar a respiração, agora animado pelo serpentear dos passadiços ao longo do Mondego. Um lugar onde as tradições ainda dão alma aos povos espalhados ao longo de vales, montanhas e planaltos. Uma região de uma gastronomia rica e vasta com sabores únicos e próprios dos lugares fartos e hospitaleiros. Uma área em que arte de bem receber está presente nas unidades hoteleiras e nas muitas casas de turismo rural. Um território com alguma dinâmica empresarial e cruzado por vias de grande qualidade que ligam o País à Ibéria e ao Mundo.
Apesar de todos estes atributos e mais alguns, o concelho da Guarda continua a ter dificuldade em promover toda esta riqueza de maneira a atrair mais pessoas que são a alma e o pulsar dos povos. Ao longo das últimas décadas, a cidade cresceu à custa do esvaziamento das aldeias que agora se encontram completamente despovoadas. A Guarda tem de saber encontrar formas de atrair novos residentes e isso só será possível com medidas de proximidade que favoreçam as famílias e as empresas. Se em termos culturais a oferta supera, em muito, o que se passa noutros municípios, o mesmo não se pode dizer em relação à saúde, ao número de camas para alojamento e à criação de novos postos de trabalho. Já houve promessas que rapidamente se esfumaram, logo que terminaram as campanhas eleitorais. Há muito que a Guarda espera a implementação do tão falado Porto Seco, a requalificação do Hotel de Turismo ou dos edifícios do Parque da Saúde.