“O Colégio Cardinalício é chamado a assemelhar-se a uma orquestra sinfónica, que representa a dimensão sinfónica e a sinodalidade da Igreja.
Digo também sinodalidade, não só por estarmos nas vésperas da primeira Assembleia do Sínodo que tem precisamente este tema, mas porque me parece que a metáfora da orquestra pode muito bem iluminar o carácter sinodal da Igreja”. Foi com esta palavras que o Papa falou do Colégio Cardinalício durante o consistório público em que criou 21 cardeais, entre os quais D. Américo Aguiar, bispo eleito de Setúbal.
O Papa lembrou que “a diversidade é necessária, é indispensável. Mas cada som deve concorrer para o resultado comum. E, para isso, é fundamental a escuta mútua: cada músico deve ouvir os outros”.
O Papa destacou o papel do maestro, “o serviço desta espécie de milagre que é sempre a execução duma sinfonia”. “Tem de ouvir mais do que todos os outros e, ao mesmo tempo, a sua tarefa é ajudar cada um e a orquestra inteira a desenvolver ao máximo a fidelidade criativa, a fidelidade à obra que se está a executar, mas criativa, capaz de dar uma alma àquela partitura, de fazê-la ressoar duma forma única aqui e agora”.
Depois da profissão de fé e o juramento dos novos cardeais, de fidelidade e obediência ao Papa e seus sucessores, cada um dos novos cardeais ajoelhou-se para receber o barrete cardinalício.
Francisco entregou ainda um anel aos cardeais para que se “reforce o amor pela Igreja”, seguindo-se a atribuição a cada cardeal uma igreja de Roma – que simboliza a “participação na solicitude pastoral do Papa” na cidade -, bem como a entrega da bula de criação cardinalícia, momento selado por um abraço de paz.
Na imagem da orquestra, o Papa deixou o desafio da unidade aos novos cardeais, sem esquecer que “a diversidade é necessária, é indispensável”, onde “cada som deve concorrer para o resultado comum”.