Está a decorrer a Semana de Oração pelos Seminários, que começou no dia 3 de Novembro e termina este domingo, 10 de Novembro.
Na mensagem para esta semana, D. Vitorino Soares, Presidente da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios refere que “não é novidade para ninguém que há menos candidatos ao sacerdócio, menos seminaristas, menos seminários”. E acrescenta: “Todos rezamos, mas precisamos de nos empenhar, para que a Esperança traga mais vocações sacerdotais”.
Olhando para a realidade da Diocese da Guarda, damos conta de que, também aqui, o número de seminaristas é cada vez mais reduzido e que os Seminários, edifícios, há muito que deixaram de servir para a missão com que foram erguidos.
Mas, tal como acontece anualmente nesta altura, estamos a viver uma semana especial, onde todos, comunidades, famílias e cada um pessoalmente é convidado a dar atenção a uma parcela da Igreja, que é imagem de um tempo e de uma nova realidade.
O actual edifício do Seminário Maior da Guarda, que funciona desde 1931, na zona do Bonfim, acolheu gerações de jovens que ajudou a crescer e a formar. Construído pela Diocese da Guarda, com donativos de muitos benfeitores e amigos, com o objectivo de preparar futuros padres, há muito que perdeu esse carisma e vive quase no silêncio.
Agora, os poucos seminaristas da Diocese da Guarda, apenas cinco, estudam e fazem a sua vida em Braga, onde partilham a mesma casa, a mesma vida comunitária, os mesmos mestres e o mesmo ensino, com os seminaristas de Viseu, Lamego e Bragança – Miranda. Uma solução razoável e economicista em tempo de crise, não só de vocações, mas também de recursos materiais.
Olhando mais longe, damos conta de que a Europa caminha a passos largos para um tempo de descristianização que tem a sua génese no desmoronar da família tradicional e no abandono de valores que ainda há poucas décadas eram praticamente irrefutáveis. Mudam-se os tempos e com eles também as vontades. Nesta mudança, há novos valores que ditam escolhas cada vez mais tardias e quase sempre longe de Deus.