“Não te envergonhes de dar testemunho de Cristo” é o tema da Semana dos Seminários 2022, que começa este Domingo, 30 de Outubro e vai até ao dia 6 de Novembro.
Esta semana “é momento oportuno” para que as Dioceses e Congregações Religiosas, “o conjunto da Igreja e a sociedade” tenham consciência da realidade actual destas casas.
“Em ambientes eclesiais e no espaço público é notória a falta de conhecimento e reconhecimento acerca da vida dos Seminários. Tantas vezes prevalecem as memórias do passado, os preconceitos, ideias feitas e suposições em detrimento do conhecimento real das pessoas, dos percursos formativos e das situações concretas”, considera o presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios.
Na Guarda, por exemplo, o Seminário que já ocupou a centralidade da cidade, não só em termos de construção arquitectónica, mas de potencial humano, passa agora praticamente despercebido à maior parte das pessoas.
Desde há várias décadas que o número de seminaristas tem vindo a diminuir drasticamente, apesar do esforço e do testemunho de muitos cristãos.
É certo que a Igreja continua a depositar uma grande confiança nos mais jovens mas, a avaliar pelos resultados, não tem conseguido passar bem a mensagem. O apela ao “testemunho alegre da fé” parece não ganhar grandes adeptos. A própria Jornada Mundial da Juventude, que Portugal vai organizar pela primeira vez, ainda não conseguiu galvanizar nem motivar a grande maioria da população juvenil. O apelo, nesta semana dos seminários é que os jovens sejam capazes de dar um testemunho alegre da fé assenta no reconhecimento das suas capacidades, energia, audácia e criatividade.
A braços com situações menos abonatórias relacionadas com abusos a vários níveis, a Igreja continua a fazer uma caminhada no deserto mas sem baixar os braços. Ainda esta semana, Pedro Strecht destacou “coragem” da Conferência Episcopal Portuguesa em pedir o estudo de abusos sexuais e entregou o ‘Prémio APAV 2022’, que a Comissão Independente recebeu da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, a D. Américo Aguiar, para que “possa estar perto do Papa”, na JMJ 2023.