Vivemos um tempo em que a pressa tomou conta da vida da maior parte das pessoas. Corremos constantemente para cumprir horários, para não chegar atrasados, para responder a milhentas solicitudes que vão chegando de todos os sectores da sociedade. Mesmo na altura de férias, a pressa rapidamente nos aprisiona e nos impõe ritmos a que não conseguimos fugir.
O mês de Agosto, na nossa região, oferece uma miscelânea de eventos que, muitas vezes, obriga a decisões difíceis e a correrias desenfreadas para poder aproveitar tudo o melhor possível. Vistas bem as coisas, é muito pouco o proveito que se tira de momentos que deveriam ser fulcrais e estratégicos na denominada altura de férias.
As propostas são tantas e tão diversificadas que a escolha é sempre complicada. Há opções para todos os gostos e feitios, desde a cultura, ao património, ao desporto, ao lazer, sem esquecer a gastronomia.
Multiplicam-se as festas populares, os bailes e bailaricos, os concertos, as caminhadas e passeios a pé ou de bicicleta, as garraiadas e touradas, os mergulhos nas piscinas, e praias fluviais. E, na nossa pressa constante, queremos chegar a todo o lado.
Mas, quer queiramos quer não, há sempre coisas que ficam para trás, nem que seja o merecido descanso para quem trabalha.
Somos uma sociedade prisioneira da “pressa” e que não é capaz de se se libertar das amarras que vai criando para ocupar todos os minutinhos do dia e, para muitos até da noite.
Nesta sociedade tão cheia de pressa é cada vez mais necessário encontrar tempo para o vagar e para o encontro com os outros e com o silêncio.
Recentemente, o Papa Francisco alertou, quem o quis ouvir, para uma sociedade prisioneira da «pressa» e também para «injustiça social» que impede conciliação entre trabalho e vida familiar.
De facto, nesta sociedade frequentemente prisioneira da pressa, a família acaba por ser sempre o elo mais fraco.
Boas férias para todos e, já agora, sem pressa que temos tempo.
Francisco Barbeira