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A Alegria do Amor

É muito extensa a exortação apostólica sobre o amor da família,

compilação de dois sínodos preparados por largas e abundantes consultas que ocuparam muitos meses.
Não poderemos julgar terem sido gastos apenas os dois meses de discussões havidas no Vaticano. Todos quantos seguiram os trabalhos preparatórios reconhecem o demasiado esforço das questões debatidas, por esse mundo fora, e reunidas em tantos resumos e assentos lidos e relidos para se tornarem mais claros e translúcidos, tendo em conta, como escreveu o Papa Francisco, ‘ o bem de todas as famílias e de todas as pessoas jovens e idosas’.
O documento estuda a Escritura e lança o olhar sobre a situação actual das famílias pelas mui diferentes situações da terra inteira. Analisa as conjunturas do Antigo Testamento, observa e comenta a doutrina do Senhor Jesus, a Luz das nações, e comenta os diferentes situações das comunidades familiares nos diversos contextos dos lugares do mundo, reparando não apenas nas uniões matrimoniais do homem e da mulher mas ainda no relacionamento com os filhos e, por fim, esboçando os fundamentos de uma espiritualidade conjugal.
Dividida em nove capítulos e mais de trezentos parágrafos, esta exortação exige não apenas uma reparo profundo mas ainda uma aplicação aos estilo e praxes dos nossos dias, uma vez que o viver familiar se insere na prática quotidiana dos nossos dias e se desenvolve segundo o modo de viver dos nossos ambientes.
Nem tudo quanto soa, por aí, se comprova e confirma com os usos e costumes, segundo a tradição ou o gosto do modernismo, pois é necessária prudente ponderação para fazer juízos certos e assisados.
Daqui a necessidade de contenção e prudência para se julgarem os escritos papais conforme os ditames da doutrina da Igreja, sabendo que o matrimónio resume na sua realização não apenas o contexto da vida moderna com os inúmeros problemas pessoais como ainda as vicissitudes próprias do mundo limitado, inconstante, caprichoso e transitório.
É forçoso analisar a complexidade do discurso e das atitudes amorosas, hoje vistas nas suas acções psicológicas e mesmo eróticas. Torna-se extremamente rico e precioso, neste documento, o contributo do Pontífice, ao iluminar com a sua sabedoria o mundo das emoções dos cônjuges tantas vezes deturpadas, nos escritos de hoje, e mesmo desviadas da sua beleza e castidade impolutas.
Não esquecer a fecundidade humana tão amesquinhada e diminuída à qual a exortação papal empresta luz clara e sentido de vida.
Os aspectos desonrosos e nefandos do divórcio são também analisados e postos no seu devido lugar, para que a humanidade saiba comportar-se com amorosa fidelidade e com perfeito respeito, mesmo que tal exija sacrifícios e domínio de quaisquer tendências menos naturais, isto é, sem a verdade do amor.
Um importante espaço ocupa o capítulo que versa sobre a educação dos filhos com vários aspectos bem importantes para o futuro do mundo: ‘a formação ética, o valor da sanção como estímulo, o realismo paciente, a educação sexual, a transmissão da fé e, mais em geral, a vida familiar como contexto educativo’.
Nesta secção ressalta a importância e o modo de realizar a educação sexual, num tempo em que se tende a banalizar e empobrecer a sexualidade e aí se refere que ‘tal educação se deve realizar num contexto de formação para o amor, para a doação mútua’.
Será forçoso lembrar que a educação se realiza no acompanhar, discernir e integrar a fragilidade, pois todos somos e nascemos imperfeitos e, ao longo da vida, surgirão situações de dificuldades, dúvida e apuros, para os quais se deve estar preparado.
Antes de tratar da espiritualidade conjugal e familiar, onde exorta a viver a realidade dos nossos desejos interiores em ordem a Deus e à união com Ele, a Exortação pós-sinodal lembra: “Convido os fiéis que vivem em situações complexas, a aproximar-se com confiança para falar com so seus pastores ou com leigos que vivam entregues ao Senhor”.
A realidade dar-nos-á maior discernimento para compreendermos a exigência de Deus e Ele nos despertará para a verdade autêntica.

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