Na estrada com…
Referência no segmento, o Volkswagen Golf dispensa grandes apresentações, mas nesta mais recente geração, a oitava, recebeu importantes modificações que não se concentraram apenas na componente tecnológica do modelo, mas também numa evolução ao nível das motorizações, e que evoluções!
No exterior encontramos essencialmente novos grupos óticos, uma silhueta mais dinâmica mas no geral uma imagem inconfundível e, em diversas configurações. Ao contrário do concorrente direto e oriundo do mesmo grupo, o SEAT Leon, o Golf mudou pouco no seu exterior, preferindo não arriscar demasiado, mantendo uma imagem mais conservadora mas que lhe tem permitido manter números expressivos de vendas.O interior é tecnológico com dois ecrãs. A superfície que faz de moldura entre os dois ecrãs e que inclusive contem algumas luzes de funções como o “pisca”, a luz do motor e outros, é em preto brilhante, o que acaba por resultar em reflexos, riscos e acumulação de sujidade.Não foram esquecidos alguns botões de atalhos para as funções mais básicas, que aumentam e muito a facilidade de utilização, como comandos táteis para regular a climatização, e outros quatro em baixo e ao centro da consola, destinados aos sistemas de segurança e assistência à condução, à climatização, aos modos de condução e ajuda ao parqueamento.O cockpit digital é amplamente configurável e é também possível passar o mapa de navegação para grande plano. Esta nova tecnologia faz todo o sentido, pois é acompanhada de boa resolução e legibilidade. No volante pouco ou nada mudou e mantemos os botões do cruise control, configuração do cockpit digital e controlo multimédia, para além de uma boa pega.No geral nota-se uma poupança ao nível da qualidade de materiais, mas nada demasiado criticável. Apenas o aproxima mais dos concorrentes generalistas, e menos dos premium, mas mantém-se o revestimento no interior das portas que agrada.Para além das portas USB-C para os lugares dianteiros, existem outras duas para os lugares traseiros. Mantém-se o bom apoio de braço integrado nos bancos e a capacidade da bagageira também-se mantém com 380 l de capacidade.É ao volante que se sente a outra grande evolução do Volkswagen Golf nesta oitava geração. O motor! Aqui acoplado a uma caixa manual de seis velocidades, o 2.0 TDI passou a ser “pau para toda a obra”. Ou seja, com a saída de cena do 1.6 TDI, a unidade motriz de maior cilindrada passou a ser única (Diesel), podendo debitar para já, dois níveis de potência (115 cv e 150 cv). Os 115 cv revelam uma resposta surpreendente e uma agradabilidade de condução notável. O binário sente-se sem ser necessário recorrer à caixa de velocidades, por sinal muito bem escalonada e de bom tato. Os sistemas de auxílio à condução como o cruise control adaptativo e o lane assist (assistente de faixa de rodagem), funcionam de forma eficaz e sem críticas. Os três modos de condução permitem ajustar alguns sistemas e parâmetros a cada situação. Em qualquer dos casos, o Golf é confortável, previsível, e seguro, mantendo-se uma referência no segmento.Em estrada, para além de imperturbável, com uma estabilidade invejável, o Golf revela um bom isolamento com ausência de ruídos e consumos que poucos conseguem. Ao longo dos 700 km que fizemos no nosso teste, mais de metade em autoestrada a velocidades ligeiramente acima do permitido, os consumos ficaram-se nos 5,1 l/100 km! E sim, é possível registar os consumos anunciados de 4,1 l/100 km com alguma facilidade.Ao nível do equipamento, esta versão “Life” que se encontra num nível intermédio, apresenta-se já bem recheada, incluindo ar condicionado automático “Climatronic” 3 Zonas, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, sistema Bluetooth com carregamento por indução, sistema de navegação “Discover Pro” com ecrã táctil a cores de 103†e jantes de liga leve de 163, entre outros. A unidade ensaiada custa 34 057€.