Ensaio Audi A5 Sportback 35 TDI
Os motores de combustão interna vão, provavelmente, acabar em 2035 e teremos de desfrutar destas mecânicas enquanto for possível. Ora, este Audi A5 Sportback com o motor menos potente da gama 2.0 TDI (163 CV) é excelente.
Continua a ter um estilo sedutor com a carroçaria de cinco portas com silhueta coupé. Por outro, tem um interior como a Audi nos habituou. Ou seja, acolhedor, simples, mas com bom gosto, e excelente qualidade. Para lá dos faróis LED, da grelha em favo de mel e das jantes de 19 polegadas o desenho do A5 Sportback é daqueles que vincam a memória coletiva.
Aberta a porta (sem aro, o que confere elegância a carroçaria) entramos no mundo Audi. O volante é excelente, os bancos duros o suficiente para serem confortáveis, tudo ao alcance da mão. Quer isto dizer que são apenas qualidades? Claro que não! Lamento o desaparecimento do comando rotativo simples e intuitivo do sistema MMI, os plásticos brilhantes que ficam cheios de dedadas, enfim, a falta de alguns comandos físicos. Felizmente os comandos da climatização continuam a ser botões, mesmo que estes também sejam hápticos ou sensíveis ao toque. O ecrã sensível ao toque é grande e a qualidade geral do habitáculo do A5 é excelente. Enfim, um interior como só a casa de Ingostadt sabe fazer! Atrás, há espaço suficiente para viajar e só mesmo a parte central do banco é, ligeiramente, desconfortável. A Audi colocou o banco traseiro mais abaixo para que pessoas mais altas não sejam prejudicadas pela forma da carroçaria. Uma vez mais, quem for no meio do banco não pode ser muito alto. Ou seja, o melhor é mesmo usar o A5 Sportback como um quatro lugares. Assim, só quem tiver mais de dois metros é que não cabe dentro do A5, até porque há muito espaço para as pernas. Finalmente, a bagageira. Com mais 15 litros que o A5 (total de 465 litros) tem uma capacidade considerável, um formato regular e um enorme acesso devido à generosa largura da tampa da mala, articulada na base do óculo traseiro.
O Audi A5 Sportback está mais perto do chão (menos 40 mm face ao A4), a suspensão é ligeiramente mais firme e as jantes de 19 polegadas não ajudam na função de amortecimento das irregularidades. Apesar de tudo isto, o A5 é um automóvel longe de ser desconfortável. O chassis ajuda muito e a direção também. Porque é direta e transmite informação sobre o que estão a fazer as rodas. Seguro e eficaz, não é um desportivo, pese embora os modos de condução permitirem alguma ousadia. A frente agarra muito bem e obedece ao que lhe pedimos através do volante e do acelerador.
Finalmente, dizer-lhe que o motor turbodiesel é de uma suavidade absurda e os 163 CV (com chancela ecológica devido ao sistema micro híbrido que oferece mais… 2CV) são mais que suficientes para manter velocidades de cruzeiro dentro dos limites. Por exemplo, a 120 km/h o motor ronrona às 1500 rpm e os consumos não vão além dos 4,7 litros! Numa média apurada com muita autoestrada e estradas nacionais com fortes inclinações, o consumo final ficou nos 5,4l/100 km. Excelente!
Custa quase 60 mil euros, mas vale cada cêntimo pela qualidade, conforto e sensações que nos oferece com “apenas” 163 CV.