Ensaio Peugeot e2008 Allure
Alvo de remodelação de meio de ciclo, o Peugeot 2008 renovou o estilo, recebeu mexidas no interior e ganhou potência e autonomia. É, claramente, o SUV compacto adorado por todos, mas nesta versão elétrica as coisas descambam quando se percebe que para ter o carro da moda 100% elétrico gasta-se mais 11 mil euros que a versão a gasolina.
Vamos então às diferenças neste ensaio feito ao volante de uma unidade gentilmente cedida pelo concessionário Peugeot na Guarda, AMatosCar.
Desde logo a nova assinatura luminosa com as garras já conhecidas de outros modelos. Depois, a grelha com o novo símbolo em destaque. Por outro lado, a traseira tem novo estilo dos farolins LED que alargam a traseira. Tudo o resto fica na mesma, excetuando as jantes que têm novo desenho.
Novos revestimentos saltaram para o interior do e-2008, embora a grande diferença esteja no i-Cockpit da Peugeot. Há um novo painel de instrumentos digital e no centro do tablier e consola central está, agora, um ecrã de 10 polegadas. Tudo a funcionar com a mais recente evolução do sistema operativo e de info entretenimento da casa francesa, o i-Connect. Tudo pode ser, agora, atualizado via internet, o Apple CarPlay e o Android Auto funcionam sem fios.
Por outro lado, o carregador sem fios é mais potente e manteve-se a oportunidade de carregar o seu smartphone através de uma tomada USB-A e duas USB-C.
O ensaio ao Peugeot e-2008 foi feito com uma unidade com a motorização mais potente e a bateria com maior capacidade. Ou seja, mais 20 CV (156 CV) e mais 4 kwh (54 kWh). O que isto significa para si?
Em primeiro lugar, uma maior agradabilidade de utilização devido à maior potência. A gestão de algumas situações melhorou e o binário sempre disponível ajuda no tráfego citadino. Em segundo lugar, a autonomia passa de 345 para 406 km. Algo que o ajuda a diminuir a ansiedade.
Em suma, este Peugeot e-2008 é um carro muito agradável de conduzir, com consumos baixos – olvidando o detalhe do frio condicionar a autonomia – e uma autonomia já aceitável. A qualidade é excelente e tudo faz sentido, até o aumento de preço. Porém os mais de 11 mil euros de diferença para os 2008 com motor de combustão interna são um exagero. É o preço da eletrificação dirá a Peugeot. Não temos dinheiro, dirá a maioria que perante um 2008 1.2 Puretech GT (topo de gama) a custar 31.690 euros e um e-2008 GT a custar 42.140 euros, vai escolher o carro a gasolina. Atirando às malvas a defesa do ambiente. Infelizmente.