Construção civil
O Sindicato da Construção de Portugal anunciou, na quinta-feira, dia 4 de Dezembro, em conferência de imprensa, que, no ano de 2014, “o maior acidente de trabalho, da Europa, no sector da construção, ocorreu na Guarda”, no mês de Julho. “Numa obra onde estavam a trabalhar 3 trabalhadores, morreram 2, porque a segurança não foi acautelada”, segundo Albano Ribeiro, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção, Madeiras, Mármores, Pedreiras, Cerâmica e Materiais de Construção de Portugal.
O responsável, que esteve na cidade da Guarda, no encerramento da campanha realizada em 2014 “Por um trabalho com vida longa, construir e reabilitar em segurança”, exibiu fotografias para justificar que aquele acidente, registado na sequência da queda de um muro de granito de uma casa em construção, na Quinta do Prazo, junto da localidade de Carapito de S. Salvador, ocorreu devido a “negligência grosseira”. Albano Ribeiro referiu que caso a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) se tivesse deslocado ao local, no início da obra, “embargava a obra e eles não morriam”.
Para reduzir os acidentes de trabalho, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção disse que, naquele dia, iria apresentar uma proposta ao Governo para que, quando uma empresa pedisse autorização para fazer uma obra, seja realizada uma vistoria ao local por elementos da ACT, Câmara Municipal, um representante do Sindicato e outro da associação patronal. “Esta proposta, a ser aceite pelo Ministro (do Trabalho) e implementada no terreno, poderá reduzir 50% dos acidentes de trabalho e muitos trabalhadores vão trabalhar em condições”, afirmou.
Albano Ribeiro revelou que este ano, entre Janeiro e 11 de Novembro, morreram 34 trabalhadores em acidentes na construção civil, o mesmo número que foi registado em 2013. Os acidentes mortais ocorreram em todo o território nacional e cerca de 78% foram registados em pequenas obras, referiu. Disse ainda não ter dúvidas em como “se não fosse a intervenção do Sindicato e dos parceiros sociais idóneos, teriam morrido muitos mais trabalhadores”. “O Governo tem responsabilidades do que aconteceu ao não apoiar a nossa candidatura que tem como objectivo a promoção da Higiene, Saúde e Segurança nos locais de trabalho. Para o Sindicato, primeiro está a vida humana, por isso mesmo, sem o apoio do Governo, o Sindicato avançou com a campanha (“Por um trabalho com vida longa, construir e reabilitar em segurança”), gastando dezenas de milhar de euros para a realizar”, refere o Sindicato presidido por Albano Ribeiro.
A estrutura sindical adianta, ainda, que durante a campanha de segurança, foram realizadas 237 acções pedagógicas em todo o país, nos locais de trabalho, durante o período normal de trabalho, tendo contactado com mais de 10 mil operários e entregado mais de 60 mil prospectos a trabalhadores que não participaram nas acções.