Ensaio CUPRA Born eBoost
O CUPRA Born é a primeira viagem no universo elétrico da marca que nasceu como acrónimo de um Seat Ibiza desportivo, foi nível de equipamento e tornou-se autónoma em 2018 tendo como ponto de partida modelos Seat. O Born é irmão (quase) gémeo do Volkswagen ID.3. E como sucede com os irmãos, há os mais quietos e os espalha brasas. Só pelo aspeto sabe os qual é o mais atrevido…
A volumetria é a mesma e embebendo o Born num olhar descontraído, diríamos que este é um VW ID.3. É verdade, mas não é toda a verdade! Em primeiro lugar, o estilo escolhido para o Born torna-o diferente e muito mais sedutor. Em segundo lugar, é mais jovem e menos burguês, mais estarolas que bem-comportado.
Obviamente que há muita coisa igual ao ID.3 – particularmente os comandos sensíveis ao toque e sem iluminação – mas o feliz símbolo da marca no volante (bem mais bonito, embora sendo igual, que o da VW) e a sensação agradável ao toque dos materiais, afastam-nos do VW. Por outro lado, os bancos desportivos têm um aspeto que impressiona. E, curiosamente, não são desconfortáveis como se poderia esperar de um banco desportivo.
Na bagageira, o CUPRA Born consegue a proeza de oferecer mais 5 litros que o CUPRA Leon, num total de 385 litros. Não é bom nem é mau, é suficiente. Já o espaço oferecido é amplo e mesmo alguém com mais de 1,80 metros encontram espaço suficiente à frente e atrás.
A versão ensaiada do CUPRA Born é a nova eBoost com bateria de 77 kWh e motor com 231 CV. Para lidar com o aumento de potência, as jantes de 19 polegadas recebem pneus Continental mais aderentes, o sistema de controlo de estabilidade controla, também, o chassis e passa a haver um modo de condução CUPRA.
Só para recordar, o Born tem tração traseira (o motor também está atrás) e utiliza suspensão atrás com recurso a um eixo independente multibraços. Por outro lado, está mais perto do solo que o ID.3, logo tem um centro de gravidade mais baixo. Com uma distribuição de pesos 50/50 pelos dois eixos, as características do CUPRA Born tornam-no num desportivo.
Do lado positivo, ter um carregador interno que aceita 170 kW, permite recuperar 100 km de autonomia em apenas 5 minutos. Nos carregadores “normais” o limite são os 11 kW. Igualmente positivo é o comportamento. Sendo um “tudo atrás”, o Born tem tração mais que suficiente e com o centro de gravidade baixo, curva depressa com pouco rolamento da carroçaria. O Born muda de direção de forma fácil e com algum jeitinho até temos derivas de traseira em aceleração! A potência disponibilizada é suficiente para nos catapultar ara diante. À custa, claro, do sumo da bateria que desaparece rapidamente quando usamos o modo CUPRA ou nos empolgamos numa estrada mais divertida. Por outro lado, toda esta eficácia não advém de um carro duro e desconfortável, bem pelo contrário.
Enfim, no final deste ensaio posso dizer que este é um dos melhores compactos elétricos do mercado e caso tivesse de escolher, era este CUPRA Born que levava para casa. Até porque os defeitos… são mais feitio que outra coisa e fáceis de corrigir assim o grupo VW queira. Até no preço, que acima dos 45 mil euros é um bocadinho elevado.