A greve dos operários da empresa Dura Automotive Portuguesa, localizada em Vila Cortez do Mondego, no concelho da Guarda, foi suspensa, dia 16 de Maio, após a Comissão de Trabalhadores (CT) ter chegado a um acordo com a administração.
Sandra Sousa, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Centro/Norte e membro da CT, adiantou que o acordo com a administração foi alcançado pelas 11.00 horas daquele dia e que os operários decidiram retomar a laboração a partir das 15.30, com o arranque do turno de trabalho da tarde.
“Ficou acordado com a administração um aumento salarial [para 2014] de 2%, no mínimo de 40 euros, para todos os trabalhadores”, adiantou a sindicalista.
Sandra Sousa referiu que a empresa vai ainda “discutir o reconhecimento de categorias”, como era reivindicado, bem como o pagamento de um prémio mensal de 15 euros por cada filho e “o prémio de 30% do salário no final do ano”.
A CT também apelou “ao bom senso” da administração para que apenas desconte três dias de greve aos operários, em vez dos sete, pedido que foi aceite, indicou.
Sandra Sousa lembrou que a greve, que tinha sido iniciada no dia 8 de Maio, foi motivada pela defesa de uma negociação salarial “justa” para os operários da fábrica da Guarda, face à alegada discriminação salarial existente entre os trabalhadores daquela unidade e a idêntica do Carregado.
A fábrica da Guarda da Dura Automotive Portuguesa produz componentes para a indústria automóvel e tem actualmente 211 trabalhadores.
No dia antes de a greve ter sido suspensa, estiveram na fábrica, em contacto com os trabalhadores, o líder parlamentar do Bloco de Esquerda (BE), Pedro Filipe Soares, e o Coordenador Distrital do BE/Guarda, Marco Loureiro.
O deputado Pedro Filipe Soares exigiu que o Governo assumisse a defesa dos direitos dos trabalhadores contra as desigualdades salariais dentro da multinacional ao afirmar: “Não aceitamos que possam existir trabalhadores de primeira e outros de segunda. Exigimos que o Governo não se cale perante esta injustiça e que pressione esta empresa, que recebe apoios pelo investimento no Interior, à elevação do salário destes trabalhadores”.
O dirigente distrital do BE, Marco Loureiro, garantiu que “O BE continuará ao lado dos trabalhadores em defesa da justiça salarial, contra o abuso que esta empresa está a fazer, rejeitando que os trabalhadores sejam prejudicados por serem do Interior” do país.