Domingo de Ramos
“Esta semana é para nós uma semana de via-sacra, em que procuramos caminhar ao lado de Cristo”, disse o Bispo da Guarda, na homilia da missa de Domingo de Ramos, dia 2 de Abril, na Sé da Guarda.
D. Manuel Felício adiantou que “por um lado, olhamos para a Pessoa de Jesus, para cada um dos seus passos, com insultos, empurrões e quedas, até à crucifixão e morte” e “por outro lado, olhamos para as nossas pessoas e comunidades, a viver nas vicissitudes da história, feita de vitórias e fracassos, de altos e baixos, erros que reconhecemos e bons serviços que indiscutivelmente prestamos à Igreja e á sociedade, com aplausos e oposições, quantas vezes injustas”. E acrescentou: “E, assim, procuramos seguir em frente, como Jesus, também incompreendido e perseguido”.
Lembrou que “na Pessoa de Jesus, a verdade não veio imediatamente ao de cima; permaneceu encoberta durante toda a via-sacra e só se revelou na madrugada da Ressurreição”. E Concluiu: “Essa é também a nossa esperança”.
No início da homília, o Bispo da Guarda disse que “iniciamos hoje a Semana Santa, Semana Maior, como o Povo lhe costuma chamar”. E explicou: “ E as razões porque ela é Maior não são por ter mais dias ou mais horas, mas sim porque celebra o acontecimento maior da nossa Salvação – o Mistério Pascal de Cristo, com a Sua Morte e a Sua Ressurreição”.
D. Manuel Felício referiu que “a Liturgia chama ao dia de hoje Domingo de Ramos na Paixão do Senhor. E uma outra tradição também lhe chamava segundo Domingo da Paixão, sabendo que, a partir do V Domingo da Quaresma, os textos litúrgicos começam a orientar-nos para o Mistério da Paixão de Cristo. É por isso, na cidade da Guarda se continua a cumprir a tradição da Procissão dos Passos, nesse mesmo dia do V Domingo da Quaresma”.
O Domingo de ramos começou com a memória da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, poucos dias antes de ser condenado á morte, a parti da Igreja da Misericórdia.
D. Manuel Felício explicou: “Lemos o texto bíblico correspondente e fizemos a procissão, imitando a alegria das crianças e do povo simples, com seus gestos de aclamação e de cânticos de vitória e de hossanas”. E acrescentou: “ Mas como todas as aclamações e vitórias deste mundo são passageiras, também isso aconteceu com Jesus, pois depressa veio o virar de página, que hoje lembramos principalmente no relato da Paixão”.
“Ao iniciar a Semana santa, inauguramos hoje a nossa especial participação no drama da caminhada de Cristo para o Calvário; Calvário que, como sabemos, não é a última palavra. Na nossa memória vai, para meditarmos durante toda a semana, o relato da Paixão de Cristo, que hoje escutámos na versão do Evangelista S. Mateus”, disse o Bispo da Guarda.