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Terminou, em Roma a primeira sessão do Sínodo sobre a sinodalidade

Terminou ontem (29 de Outubro), em Roma a primeira sessão do Sínodo sobre a sinodalidade e foi já publicada a prometida síntese final, em 3 partes.

O apelo de fundo é para que sejamos uma Igreja que sabe envolver cada um e cada uma no diálogo sobre as grandes questões e que está próxima das feridas da humanidade.
Esta síntese, que vem juntar-se à mensagem dirigida a todo o Povo de Deus e publicada alguns dias antes, merece leitura atenta e ampla discussão no interior da Igreja, em todas as suas instâncias e por todos os seus membros, sobretudo no tempo que decorre até à próxima sessão do mesmo Sínodo, em 2024.
Para motivar essa leitura e a discussão, referimos agora alguns pontos, que, embora sendo, pelo menos na sua maioria, já aguardados, pedem especial atenção de todos nós, nos próximos tempos
Assim, a primeira parte toca os vários assuntos que marcaram as discussões sinodais e entre eles os seguintes: as funções da mulher na Igreja, a atenção devida aos pobres e migrantes, incluindo os refugiados, o ecumenismo e a erradicação de todos os abusos dentro da Igreja. Sublinha a o valor fundamental da missão, que deve evitar dois extremos, a saber, por um lado, a autopreservação da Igreja; por outro, a perda identidade. Insiste no compromisso dos fiéis com o âmbito da política e sobretudo quanto à preocupação de promover sempre o bem comum. Pede a continuação e o aprofundamento dos serviços da Igreja à sociedade em geral, nomeadamente nos âmbitos da educação, da saúde e da ação social.
A segunda parte é sobre os leigos e as famílias. Acautela contra o clericalismo e deixa em aberto a questão do diaconado das mulheres. Por sua vez refere que a discussão sobre a disciplina do celibato sacerdotal na Igreja latina, que já começou e é para continuar.
A terceira parte aponta assuntos que devem ser bem refletidos por toda a Igreja até à próxima sessão do mesmo Sínodo sobre a sinodalidade marcada para o próximo ano. Entre esses pontos destacam-se:
1.A formação e o acompanhamento dos jovens na construção da sua identidade pessoal e sexual. Chama a atenção para o necessário amadurecimento dos que são chamados ao celibato e à castidade consagrada.
2.Aponta a urgência de promover o diálogo entre as ciências humanas em matérias que têm suscitado controvérsia no interior da Igreja e desta com a sociedade, como são os assuntos da identidade pessoal e da sexualidade, o princípio e o fim da vida, as situações difíceis nas famílias e na relação conjugal, a inteligência artificial e a cultura digital. Chama a tenção para os reais perigos da internet, tais como a desinformação, a exploração sexual ou o vício da dependência, mas convida-nos a ajudar as famílias a usar bem o espaço “on line” de forma segura e promotora da verdadeira vida espiritual.
Finalmente, concordamos com a afirmação desta síntese sobre que os termos “sinodal” e “sinodalidade” identificam o modo de ser da Igreja que é comunhão, missão e participação, mas estamos longe de que sejam bem compreendidos e experimentados por todos. É esse o trabalho que temos pela frente, nos próximos tempos, sobretudo até à sessão do mesmo sínodo em 2024.

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