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Padre Nabais tem como lema servir as pessoas

Arciprestado da Guarda

“Servir as pessoas” é o lema de vida do Padre António Luís da Silva Nabais, pároco de Maçainhas, Corujeira, Meios, Trinta e Videmonte, no arciprestado da Guarda. Convicto de que “o serviço é alegria” vai semeando mesmo sabendo que muitas vezes o fruto fica muito aquém do desejado.
Padre há 48 anos cantou a primeira Missa em Manteigas, apesar de ser natural de Aranhas, no concelho de Penamacor. “Sou filho adoptivo de Manteigas onde vivi derivado à profissão de meu pai que era Guarda-Rios”, explica.
Depois da ordenação foi logo nomeado pároco de Maçainhas e Corujeira a que se associaram mais tarde as paróquias de Misarela, Pero Soares e Vila Soeiro. Com a morte do padre Alberto Morgado, e a pedido do Bispo D. António dos Santos, deixou as paróquias do Mondego para tomar conta de Meios, Trinta e Videmonte. Pelo meio ainda foi pároco, durante oito meses, de Vale de Estrela e Aldeia do Bispo.
Recorda que na altura da nomeação para Maçainhas e Corujeira, estas terras tinham “muita gente nova, muitos casais novos”. O fecho das fábricas de lanifícios, nos Trinta e Maçainhas acabaria por ditar o despovoamento das aldeias vizinhas. Com este desfecho “a região ressentiu-se muito”.
Numa zona bastante pobre, em que a agricultura familiar vai ocupando os mais idosos e reformados, que entretanto foram regressando de França, o Padre Nabais sente-se sempre animado na sua missão de Padre. “Sei que já não fazemos aquilo que podíamos fazer como quando tinha só duas paróquias, mas vamos semeando e o fruto há-de vir a seu tempo”, disse ao Jornal A GUARDA.
Ao logo do tempo de pároco foi também Professor de Moral, na Escola da Sé, e professor de Português e Moral no Colégio de São José, na Guarda, e passou pela Câmara Eclesiástica. Nestas tarefas aprendeu a conviver com os jovens com os quais muitas vezes jogou futebol.
“Tive um período áureo quando os jovens das paróquias frequentavam os Convívios Fraternos” explicou. Recordando a Festa da Amizade e a presença de grupos oriundos de outras terras em Maçainhas disse que nessa altura “havia convívio e colaboração entre todos”.
Programou muitas actividades em conjunto com os padres das paróquias vizinhas (Décio, Monteiro, Alberto, Delfim e Abel). “Agora há pouca gente e os jovens quase não aparecem”, desabafou. E acrescentou: “É preocupante ver que os jovens ocupam os seus fins-de-semana só com o desporto (futebol, atletismo, BTT) sem tempo para a sua formação religiosa e prática dominical”.
Em Maçainhas, a paróquia tem um Centro Paroquial Social que para além da ajuda que presta através das valências de Centro de Dia e Apoio Domiciliário, tem também uma Escola de Artes e Ofícios que pretende defender a manutenção do “Cobertor de Papa”. “Já criámos alguns postos de trabalho com o objectivo de preservar o que foi sempre o emblema de Maçainhas, o Cobertor de Papa”, adiantou.
Para garantir a união das pessoas às paróquias integrou a cadeia de jornais paroquiais “Nordeste”, com páginas dedicadas a Maçainhas e Videmonte. Com o desaparecimento desta publicação passou a fazer parte do Amigo da Verdade, em que na última página continua a noticiar o que vai acontecendo nas cinco freguesias em que é pároco.
Acarinhado nas paróquias que tem ao seu cuidado, o Padre Nabais sente-se bem no meio do povo e diz que “o pior que pode acontecer a um padre é não ter nada que fazer”.

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