Bispo convidou novo padre
a ir ao encontro das periferias
A cerimónia de ordenação do Padre Daniel Cordeiro, no último Domingo, levou centenas de pessoas à Sé Catedral da Guarda. Presidida por D. Manuel Felício, a celebração contou com a presença do Bispo emérito, D. António dos Santos, de várias dezenas de sacerdotes e alguns Diáconos.
Na homilia, o Bispo da Guarda lembrou a solenidade do dia, dos Apóstolos São Pedro e São Paulo e explicou que “o ministério que o nosso título de padre representa é o ministério que remonta aos apóstolos e só pode ser exercido em benefício da Igreja com base na Fé em Cristo ressuscitado e vivo”.
Falando directamente para o candidato ao sacerdócio disse: “Que a tua experiência de Padre, a partir de hoje, seja como a de Paulo, que experimentou como o Senhor esteve sempre a seu lado e lhe deu força. Tal como a profissão de Pedro hoje relatada no Evangelho de Mateus foi o ponto de partida para o Senhor lhe confiar duas grandes responsabilidades – pedra fundamental da Igreja enquanto chefe do colégio apostólico e garantia do ministério da reconciliação – também a tua profissão de Fé na Pessoa de Cristo e só ela pode ser a garantia de que exerces com responsabilidade o ministério sacerdotal que hoje te é conferido”. E acrescentou: “Não tenhas medo, pois como aconteceu com o apóstolo Paulo, o Senhor libertar-te-á sempre da boca do Leão, diga-se. Estará sempre contigo no meio das dificuldades e para as enfrentar. E como aconteceu com Pedro, libertar-te-á sempre das muitas prisões que teimam em impedir o exercício do nosso ministério para bem da Igreja e da própria sociedade que Ele próprio nos manda evangelizar”.
Pegando nas orientações que o Papa Francisco dirige a toda a Igreja, mas que se aplicam também e de modo especial ao exercício do ministério sacerdotal, D. Manuel Felício lembrou que a Igreja tem de ser “uma Igreja em saída, ao encontro das periferias”. Para isso o Padre tem de “tomar a iniciativa e ir ao encontro das pessoas, sobretudo as que mais precisam”.
E acrescentou que depois do “encontro das pessoas” é preciso “ o envolvimento com elas, no conjunto das suas preocupações”. “Tal como Cristo lavou os pés aos apóstolos num gesto profético que destruiu todas as distâncias, também nós havemos de procurar sempre a proximidade e desfazer barreiras”, acrescentou.
Olhando ainda para as recomendações do Papa Francisco, D. Manuel Felício disse que o passo seguinte leva ao “acompanhamento das pessoas”. E acrescentou que este acompanhamento “conhece longas esperas e exige muita paciência, pede que evitemos o pessimismo de quem só olha para o lado mau em vez de confiar na providência de Deus e ser capaz de ler os seus sinais, ainda que por vezes muito ténues e discretos”.
“Daniel Cordeiro, a Igreja espera por ti, agora no exercício do ministério sacerdotal para lhe lembrares constantemente esta e outras urgências de Cristo e do Seu Evangelho”, concluiu o Bispo da Guarda.
O Padre Daniel José Tomé da Silva Cordeiro é natural da Guarda. Frequentou os Seminários diocesanos, com uma experiência de dois anos no Seminário de Vila Viçosa, o Instituto Superior de Teologia de Viseu e a Faculdade de Teologia em Braga.
Nos últimos meses tem colaborado nas paróquias da Sé e São Vicente, na Guarda.