‘Memórias que Contam’,da Ecclesia, recordou Padre José Júlio Pinheiro

Sacerdote natural de Malhada Sorda morreu em Julho de 2020

O padre José Júlio Pinheiro, natural de Malhada Sorda, concelho de Almeida, falecido em Julho de 2020, foi tema do ‘Memórias que Contam’, um ciclo de conversas da Agência ECCLESIA durante a Quaresma, que contou com a colaboração do Departamento de Comunicação Social da Diocese da Guarda. “Era sempre com carinho que ele falava com as pessoas da Malhada Sorda (Almeida – Diocese da Guarda) e era um prazer ir às Missas que presidia”, referiu a convidada do programa da última semana, Cristina Raposo, prima do padre Júlio Pinheiro.No encontro foi referido o gosto pela sabedoria que sempre destacou este sacerdote nascido a 6 de agosto de 1935 que “já fugia para a escola” aos cinco anos de idade, porque tinha o desejo “de aprender a ler e escrever”.Para além da vida sacerdotal, o padre José Júlio Pinheiro foi professor em vários liceus e universidades. Depois do curso de Teologia, obtido com distinção no Seminário Maior da Guarda (1958), completou também o curso de Ciências Psico-pedagógicas (1967) e a licenciatura de Filologia Românica (1975). Passou pela França, onde obteve o Diplome d’Études, em 1982 e, de seguida, no Instituto Católico de Paris faz o curso de preparação doutoral.Em 1991 completou doutoramento, na Universidade da Haute Bretagne, com uma tese sobre uma “das suas grandes paixões, ‘Os Lusíadas’”, frisou Conceição Raposo. “Tudo o que ele fazia era sempre na base da cultura portuguesa”, sublinha.Para além da paixão por Camões, o sacerdote da Diocese da Guarda tinha também “grande apreço pelo padre António Vieira”. “Tem uma colecção fantástica dos sermões do Padre António Vieira” numa biblioteca com mais de 16 mil livros, relata Conceição Raposo.No seu percurso, o falecido sacerdote esteve ainda ligado aos migrantes, na Polónia e em França onde foi assistente nacional dos emigrantes e director da Revista “Evangelho e Vida”.“Um sacerdote sem carro, mas com livros, que teve também uma ligação aos bombeiros do Sabugal”, assinalou a entrevistada.Conceição Raposo recordou que a mãe do padre José Júlio Pinheiro lhe pediu para ele nunca faltar à festa de Nossa Senhora da Ajuda, na Malhada Sorda, a “Fátima das Beiras”, e “ele cumpriu a promessa e participou sempre”.

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