Sexta-feira santa – Paixão do Senhor
Na homilia da Paixão do Senhor de Sexta-feira Santa, 29 de Março, o bispo da Guarda disse que Jesus denuncia “a maldade e o pecado”, com a sua morte na cruz, e convida a fazer o mesmo, nas periferias de hoje. “A maldade e o pecado, com suas consequências desastrosas, em particular o sofrimento provocado em populações inocentes, continua; e o espectáculo do mundo todos os dias infelizmente nos dá conta desta realidade”, disse D. Manuel Felício.
O bispo da Guarda explicou que Jesus veio para “denunciar a maldade e o pecado” e apontar os caminhos da sua superação, sendo a paixão e morte “a última denúncia”, mas anunciam também que a resposta está na maneira de viver “também o sofrimento e a morte, que são realidades incontornáveis na vida e na vida do mundo”.
D. Manuel Felício salientou que Jesus diz que “o mal nunca se combate com outro mal”, por isso, têm de “seguir os caminhos de não-violência”, mas, com o seu sofrimento e a sua morte, também se colocou ao lado dos que sofrem “e convida a fazer o mesmo”, como nas diversas periferias que, hoje, “convida a cuidar, porque nelas é Ele que está a sofrer”.
“E são tantos os que sofrem a nosso lado a dor física ou de outra ordem, uns porque não têm o conforto da família, outros com a surpresa de uma doença grave; são jovens que se sentem defraudados, porque lhes roubaram os sonhos a que têm direito; são idoso que deram tudo de si mesmos à sociedade e agora vivem esquecidos, na solidão e no abandono.”
O bispo da Guarda sublinha que Jesus, como denunciou a maldade e o pecado convida “a fazer o mesmo”, em cada um e nos outros e diz também que “as consequências desastrosas são para ser assumidas e corrigidas pelos autores e com a ajuda dos outros”. E acrescentou: “Jesus também abre caminho para que o sofrimento e a morte existentes no mundo deixem de ser pergunta sem resposta e passem a ser vividos com verdadeiro sentido, sempre voltados para a meta de promover a vida, a vida em plenitude”.
“Ao celebrarmos a Paixão e Morte do Senhor, queremos, com a mesma atitude de contemplação e oração, aproximarmo-nos o mais possível do sentir de Jesus, no caminho para o Calvário e na sua Morte, que é indissociável dos dramas da Humanidade”, referiu D. Manuel Felício.