Uma nova estrutura para os Serviços Diocesanos, uma maior integração dos movimentos e obras de apostolado na vida da Diocese, a diminuição do número de arciprestados e a criação de unidades pastorais, foram as principais novidades da “Proposta para uma reorganização da Diocese da Guarda”, apresentada pela Comissão Diocesana para a Reorganização da Diocese, durante as Jornadas do Clero da Guarda, que decorreram no Seminário da Guarda, nos dias 14 e 15 de Fevereiro.
A “Proposta para uma reorganização da Diocese da Guarda” foi apresentada, durante as Jornadas do Clero pelo padre Jorge Castela, Coordenador Diocesano da Pastoral, como “um documento de trabalho que não está fechado”. Explicou que “sendo uma proposta, é apenas um documento de trabalho, que poderá ser beneficiado”.
A proposta agora apresentada acontece depois de “mais de um ano de reflexão séria e de trabalho dedicado, honesto e empenhado” da Comissão que é constituída por doze pessoas oriundas de diversos pontos da Diocese (três sacerdotes, um diácono, duas consagradas e seis leigos), com diferente formação académica e de diferentes estratos sociais e etários.
O documento, dado a conhecer em primeiro lugar aos padres e diáconos da Diocese da Guarda, é o resultado de “dezenas de consultas bibliográficas, estatísticas e um esforço por escutar os agentes de pastoral e também especialistas, partilhando-se perspectivas e conciliando-se opções”.
No preâmbulo da proposta, a Comissão faz uma resenha histórica da Diocese da Guarda recorda o censo de 2001, para assinalar que a população estava estimada em 250 mil habitantes. Olhando para os números mais recentes os dados disponíveis contabilizam apenas 215 mil habitantes, no território da diocese.
O documento, entregue a todos os participantes nas jornadas, refere que os recenseamentos promovidos pela Igreja Católica, em Portugal, também têm manifestado a diminuição na frequência da missa dominical, sobretudo nas zonas rurais da Diocese.
O número de padres no activo também tem vindo a diminuir nas últimas décadas e “segundo os relatórios da Diocese, existiam à data de 1 de Novembro de 2018, 130 sacerdotes incardinados, embora sejam apenas 86 aqueles que exercem uma actividade pastoral na Diocese, como párocos, cooperadores, ou administradores”.
Perante estes e outros dados, a Comissão refere que “as soluções não passam pela manutenção ou conservação” mas sim “por uma mudança de mentalidade, por uma conversão da própria Igreja”.
A proposta apresentada pela Comissão teve em conta os seguintes pontos: serviços pastorais; agregações de fiéis; arciprestados; paróquias e unidades pastorais.
No tocante aos serviços pastorais, a Comissão propõe um Secretariado Geral da Coordenação e sete Secretariados (Secretariado Diocesano da Formação e Ministérios; Secretariado Diocesano da Educação Cristã; Secretariado Diocesano de Liturgia e Pastoral Sacramental; Secretariado Diocesano da Acção Social e Caritativa; Secretariado Diocesano da Pastoral da Família e Laicado; Secretariado Diocesano da Missão; Secretariado Diocesano da Cultura, Comunicações e Relações Públicas) que se subdividem em departamentos.
Em relação aos movimentos, associações de fiéis e obras de apostolado, a Comissão considera que “é urgente melhorar a sua co-responsabilidade em termos diocesanos e proporcionar espaços de encontro entre eles e os restantes serviços diocesanos de apostolado”.
A proposta sugere também o desaparecimento dos arciprestados de Rochoso e Alpedrinha e a criação de novos arciprestados (Covilhã – Belmonte; Fundão; Guarda – Manteigas; Pinhel – Almeida – Figueira; Sabugal – Penamacor; Seia – Gouveia; Trancoso – Celorico da Beira).
O padre Tiago Freitas, da arquidiocese de Braga, foi o orador convidado destas jornadas, onde falou sobre “Colégio de Paróquias”, título da sua tese de doutoramento.
![](https://jornalaguarda.com/wp-content/uploads/2024/05/news-card-a-guarda_3-jpg-webp-1200x675.webp)