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Bispo da Guarda reflectiu sobre “a vida nova em Cristo”

Homília da Missa do V Domingo da Quaresma

“Estamos no coração da Quaresma, que nos convida à conversão, a voltarmo-nos para a Pessoa de Cristo e a sentir que está n´Ele a fonte da vida que todos desejamos” disse o Bispo da Guarda, na homília do V Domingo da Quaresma, 26 de Março.
D. Manuel Felício referiu que “o desejo de viver faz parte da identidade de todos e cada um dos seres humanos. É certo que podem surgir situações mais ou menos dramáticas, em que este desejo fica enfraquecido ou mesmo, por momentos, apagado; mas, na realidade, ele continua, porventura a precisar da presença e do acompanhamento de outro alguém que possa animar quem está mais desanimado a fazer o seu percurso de vida, também com renovada esperança”.
No Domingo em que em todas as igrejas se leu o relato da Ressurreição de Lázaro, segundo o Evangelista São João, o prelado adiantou que “enigma da morte sempre se colocou ao ser humano e hoje persiste, sem que a sabedoria dos homens para ele tenha encontrado explicação”.
D. Manuel Felício disse que “nós também acreditamos no Senhor da vida e a Ele nos queremos confiar sem qualquer reserva”. E acrescentou: “Nesta confiança, queremos viver os nossos momentos mais difíceis, como são todas as contrariedades e consequentes sofrimentos, as doenças e a própria morte, que realmente faz parte da nossa vida. Como lembra o prefácio que habitualmente recitamos na missa exequial, com a morte, a vida muda-se, não acaba”.
O Bispo da Guarda adiantou que “é neste horizonte de esperança que, por um lado arrostamos todas as dificuldades que nos são criadas e, por outro, não desistimos de dar o nosso contributo para que se realizem as necessárias mudanças tanto na nossa vida pessoal como nas comunidades em que nos integramos, sejam elas da Igreja ou do próprio mundo.
Ora, essas indispensáveis mudanças têm de ser sempre pensadas para dar cumprimento ao imperativo evangélico de abandonar as obras da carne e abraçar as obras do Espírito”. Para D. Manuel Felício “estamos no tempo certo para fazer a revisão e a purificação necessárias; para abandonarmos os caminhos do pecado ligado às obras da carne e abraçarmos decididamente o amor e a graça de Deus, representados nas obras do Espírito e, assim, acolhermos a Vida Nova da Ressurreição que Cristo prometeu a Marta, irmã de Lázaro”.
Lembrou que “que todo este percurso de conversão e adesão á vida nova em Cristo nós o fazemos no meio de muitas tribulações, incertezas e sofrimentos; e sobretudo sempre com a ameaça da morte, que, na realidade, faz parte da nossa vida”.
D. Manuel Felício referiu que “Jesus acompanha-nos sempre, sobretudo nas maiores dificuldades, como aconteceu naquela visita à família enlutada pela morte do irmão. Ele continua capaz de se comover e até de chorar, partilhando as nossas dores, os nossos sofrimentos físicos e os outros. Só nos pede vontade determinada e colaboração para limparmos a nossa vida pessoal e das próprias comunidades de todas os males e pecados e participar na obra da sua reparação”. E explicou: “Deixou-nos um auxílio muito importante e necessário para fazermos este percurso de conversão, perdão e reparação, que é o Sacramento da Penitência ou Confissão, que também precisamos de saber conjugar com o acompanhamento personalizado, com a luz e a foça da sua Palavra, assim como com o alimento da Eucaristia”.

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