Bispo da Guarda disse aos sacerdotes que vivem “diante de interpelações e desafios novos”

Na Missa Crismal, D. Manuel Felício pediu “uma prece ao Senhor” pelo seu sucessor

Na homília da Missa Crismal, o bispo da Guarda disse que o Ministério Sacerdotal “está a ser questionado”, alertando para “injustas tentativas de generalizar situações”, e que vivem esta Quinta-Feira Santa e Páscoa “diante de interpelações e desafios que são realmente novos”.
“O Ministério Sacerdotal está a ser questionado não só pelas limitações e erros identificados e que também assumimos, mas sobretudo pelas injustas tentativas de generalizar situações, o que a todos nos incomoda. Mas nós estamos cá para dar razões da nossa renovada esperança e da opção que tomámos nas nossas vidas e para toda a vida”, disse D. Manuel Felício.
Na Missa que reuniu o clero da diocese na Sé da Guarda, na manhã de Quinta-feira Santa, dia 6 de Abril, D. Manuel Felício referiu que aos padres só podem ser “pastores, de verdade”, se forem capazes de “partilhar, como insiste o Papa Francisco, o cheiro do rebanho” que lhes está confiado, o que quer dizer que precisam de “cultivar cada vez mais a proximidade com todos aqueles que o Senhor confia”.
Destacou a necessidade de irem “crescendo na prática de ouvir constantemente” as pessoas, através dos meios existentes e outros que precisam de saber criar, para implementarem “o modelo de Igreja sinodal que insistentemente está a ser pedido”.
“Este é ponto importante da nossa conversão, para, assim, contrariarmos o erro actualmente muito apontado e condenado do clericalismo e fazermos caminho para a genuína comunhão da Igreja”, realçou.
Na Missa Crismal, o bispo da Guarda fez “especial acção de graças” pelos quatro sacerdotes da diocese que celebram 60 anos de vida sacerdotal, ao longo de 2023, (Abel António Albino, Alberto Matos de Almeida, José Joaquim Pinto Geada e José Júlio Antunes) “todos foram ordenados no ano de 1963 pelo Sr. D. Policarpo da Costa Vaz”, e um padre que comemora as bodas de ouro de ordenação presbiteral, natural desta diocese mas do presbitério de Évora, o padre Abílio Antunes Lopes.
“Louvemos o Senhor por tanto bem que Ele até agora já fez passar pela acção destes sacerdotes, quer para dentro quero para fora das fronteiras da Igreja”, acrescentou.
No final da homilia, D. Manuel Felício pediu, também, “uma especial oração” pelo seu sucessor, por quem o vai substituir “na presidência do presbitério” da Diocese da Guarda, lembrando que pediu “ao Santo Padre, em 2019, dispensa das funções”.
D. Manuel Felício completou os 75 anos, a 6 de Novembro de 2022; o Código de Direito Canónico determina que qualquer bispo diocesano que tenha completado 75 anos de idade deve apresentar a renúncia do ofício ao Papa, o qual toma uma decisão sobre o caso.
Na Missa Crismal, onde foram abençoados os óleos dos catecúmenos e dos enfermos e consagrado o santo óleo do crisma, também foi oferecida a mais recente edição do Boletim Diocesano da Guarda, que pretende “fazer memória de, pelo menos, algumas das preocupações pastorais mais relevantes” durante o tempo alargado da pandemia, sendo, agora, o tempo de avaliar com é que saíram dela, pedindo “vontade reforçada para revitalizar a vida das comunidades”.

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