Na estrada com..
O lançamento do novo Classe A veio dinamizar mais o segmento dos automóveis compactos premium, uma vez que a marca da estrela estava até então de fora, sem propostas ao nível da concorrência. Foi o início de um bom período para a Mercedes.
Mas e se é para entrar num segmento já ele com raízes e nomes de referência é preciso fazê-lo de forma segura, mas ao mesmo tempo certeira. Tudo isso e mais algumas premissas foram conseguidas, o que tornou o Classe A líder do segmento.
Uma das apostas – e a mais criticada – foi a inclusão de motores Renault, provenientes de uma parceria entre as marcas, que permitiu equipar o A180 com a versão 109cv do bloco 1.5 dCi e mais tarde o A160 com a variante de 90cv do mesmo bloco. Esta parceria foi chave para o sucesso do modelo, já que permitiu também a concorrência ao nível de preços, imprescindível nos dias que correm.
Mas se a confusão, críticas e outros preconceitos estavam gerados, a Mercedes não deixou de oferecer, no mesmo modelo, motores mais potentes e provenientes da casa mãe. É o caso do A200 e do A220, tendo o primeiro sido alvo de melhoramentos e alterações recentes que visam cumprir as exigentes regras antipoluição Euro 6. O bloco 1.8 passou para 2.2 (2143 c.c.), mantendo-se a mesma potência de 136cv e prestações idênticas, de 9,3 segundos dos 0-100 Km/h e 210 Km/h de velocidade máxima, dispondo um binário de 300Nm e com um consumo médio anunciado ligeiramente inferior, de 4,5 l /100 Kms. O objetivo foi reduzir as emissões de CO2. No entanto, e uma vez que o aumento de cilindrada corresponderia também a um aumento de preço, a marca desceu o PVP do A200, mantendo-o assim no mesmo valor final e com a mesma competitividade face à concorrência.
E por falar em concorrência… onde esta poderá somar pontos é no equipamento disponível. Os valores do A começam em automóveis despidos de equipamento e quando se começam a “vestir”… os preços disparam. O A200 tem um valor base de 34.500€, no entanto, a unidade ensaiada tinha um PVP de 42.421€ e ainda assim não dispunha de extras “básicos” como sejam o cruise control ou o ar condicionado automático.
Pormenores à parte, estamos num automóvel premium e as mordomias pagam-se, mas a segurança é de série e percorremos milhares de quilómetros com um isolamento ímpar neste segmento e uma qualidade de construção igualmente difícil de encontrar.
O outro ponto forte deste A200 é que, não obstante de ser uma motorização expedita e agradável de conduzir, consegue consumos a rondar os cinco litros, por vezes abaixo, o que por norma está associado a automóveis de cilindradas mais baixas.
Não são precisos muitos quilómetros para se perceber porque motivo o “tiro” da Mercedes foi direitinho ao alvo e fez do Classe A, um líder. Tendo em conta o seu antecessor, quem diria…