A homenagem que queremos prestar ao nosso Bispo é duplamente merecida e justa.
Com ela assinalamos, em primeiro lugar, o jubileu das Bodas de Ouro da sua ordenação sacerdotal (1973); mas ao mesmo tempo celebramos o árduo e profícuo exercício de dezanove anos do seu ministério episcopal entre nós.
Nem sempre foram pacíficas e tranquilas as águas pelas quais navegou a barca da nossa Igreja diocesana ao longo destes anos. Em não poucas horas se levantaram ventos tempestuosos que puseram à prova a perícia do timoneiro que o Senhor pôs ao leme para decidir a rota e o rumo a seguir por esta porção do Povo de Deus, sempre em sintonia com o sucessor de Pedro. Quem não testemunhou a sua capacidade de ação e o seu espírito decidido para acorrer às brechas abertas pela diminuição galopante de sacerdotes que antes garantiam a provisão das paróquias da extensa Diocese? Ao mesmo tempo, a sua preocupação – no conjunto das suas sistemáticas “preocupações” – para promover as vocações sacerdotais que garantissem o futuro da atividade pastoral das paróquias e dos movimentos eclesiais. Poderá discutir-se o acerto de algumas das opções tomadas e o sucesso das mesmas; mas é indiscutível a vontade de acertar e a determinação pessoal de quem não se poupou a esforços para consegui os objetivos traçados. E certamente que um Bispo tem motivos sobejos para louvar a Deus pelos frutos alcançados, quando vê mais de uma quarentena de sacerdotes e diáconos permanentes por si ordenados (além de dois bispos!), tantos leigos a dar prestimosa colaboração em diversos serviços e ministérios laicais, além de muitos outros já contactados para virem a assumir novas tarefas pastorais.
Por tudo quanto mencionámos, e pelo muito mais que fica por enumerar, bendizemos a Deus pelo Pastor que entre nós tem gasto as suas melhores energias físicas e acrescido as energias espirituais próprias e as de todos aqueles que têm sido confiados ao seu labor apostólico!
Com o grande santo Agostinho, reconhecemos a grandeza e as aspirações de todo o “coração inquieto”. Mas a quietude que buscamos – e a que desejamos ao nosso Bispo nesta hora – não é a do simples repouso que a idade canónica determina (e que as circunstâncias concretas podem dilatar), mas sim aquela quietude que é dom e fruto da ação do Espírito.
Padre Manuel Matos – Vigário Geral