Reabilitação urbana importante para repovoar Centros Históricos

I Jornadas de Requalificação de Imóveis e Certificação Energética

A reabilitação de edifícios urbanos pode ser uma oportunidade para o repovoamento dos Centros Históricos das cidades, defendeu João Lanzinha, da Universidade da Beira Interior, no decorrer das I Jornadas de Requalificação de Imóveis e Certificação Energética, realizadas na Guarda, por iniciativa do Centro de Estudos Ibéricos (CEI).
Durante a iniciativa que decorreu na quinta-feira, dia 25 de Setembro, na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, aquele responsável afirmou que “os decisores políticos devem apostar na dinamização das acções de reabilitação urbana como contributo para a renovação e desenvolvimento das cidades e para o repovoamento dos Centros Históricos”. Durante a abordagem do tema “Situação actual, oportunidades e desafios da requalificação de edifícios”, João Lanzinha referiu que os empresários da construção civil também “têm aqui oportunidade de reorientar a sua actividade”, observando que “não podem passar a vida a dizer que já não há obras novas” para edificar.
O responsável referiu ainda que a requalificação de edifícios tem vantagens históricas, urbanísticas, socioculturais, técnicas, energéticas, ambientais e económicas, entre outras. Reabilitar edifícios antigos é, na sua opinião, também uma oportunidade para aliciar “mais jovens para o centro” das cidades, para reduzir os espaços urbanos degradados, para evitar o fenómeno da expansão urbana e para diminuir os custos com novas infra-estruturas. “A reabilitação urbana tem que ser entendida como um acto de cultura, suportado em critérios de decisão técnicos, económicos e ambientais”, apontou.
Disse ainda que no quadro comunitário que vigora entre 2014/2020 existe possibilidade de Portugal “ir buscar fundos” para este domínio.
Na sessão de abertura dos trabalhos, que contaram com a participação de cerca de uma centena de técnicos do sector, o coordenador científico das jornadas, Fernando Pires Valente, do Instituto Politécnico da Guarda e membro da Comissão Executiva do CEI, referiu que em Portugal a requalificação urbana ronda os 7% quando a média europeia é de 37%. “Em Portugal apostou-se em construção urbana nova, não se apostou na requalificação. Talvez esta seja agora uma oportunidade para o fazer”, disse.
O vice-presidente da Câmara Municipal, Carlos Monteiro, referiu na sessão de abertura que o actual executivo autárquico tem tido “uma preocupação imensa” em embelezar e dar outra arquitectura à cidade. Sublinhou ainda que a requalificação “é importante” e valorizou as jornadas por poderem dar novas orientações e novas ideias sobre aquilo que deve ser a nova requalificação urbana. “Os técnicos ficam enriquecidos e o cidadão fica a ganhar”, disse.
Durante os trabalhos foram também proferidas as seguintes intervenções: “Assimetrias Urbanas na Guarda: os abandonos e vazios, do centro histórico ao subúrbio”, pela arquitecta Cátia Ramos, FCTUC da Universidade de Coimbra; “Técnicas de inspecção da qualidade térmica de edifícios”, por Nuno Simões e Vitor Gil, ITeCons da Universidade de Coimbra; e “Sistemas e Eficiência de Ventilação – Conceitos e estudo de caso com CFD”, por Rui Pitarma, do Instituto Politécnico da Guarda.
As jornadas contaram com a colaboração da Ordem dos Engenheiros e da Ordem dos Engenheiros Técnicos.

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