No edifício do antigo Paço Episcopal
O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Álvaro Amaro, anunciou, na quinta-feira, dia 27 de Novembro, na Sessão Solene Comemorativa do Dia da Cidade, que pretende instalar um Museu da Cidade no edifício do antigo Paço Episcopal, onde funcionam actualmente o Museu, tutelado pelo Estado, e o Paço da Cultura. O projecto será concretizado após a transferência do actual Museu para a tutela da autarquia, um passo que o Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, que presidiu à cerimónia, prometeu ajudar a realizar.
A ideia do autarca é requalificar todo o edifício e criar ali “um Museu que nos conte a História da cidade, não um Museu fechado, não um Museu, enfim, mais ou menos, apenas e só, de exposição, mas que nos transporte na era moderna para aquilo que é o orgulho dos 815 anos de História”. Disse que o espaço servirá para valorizar “os 815 anos do orgulho das gentes da Guarda, que tantos mundos deram ao mundo”.
No entender de Álvaro Amaro, o futuro Museu da Cidade “não pode ser apenas o Museu do Estado Português. Neste processo de transferências (de competências para as autarquias), diga-me quanto é que o Estado Português gasta com o Museu da Guarda, transfira-o para a competência do Município da Guarda e eu faço-lhe desconto”, disse, dirigindo-se a Jorge Barreto Xavier.
Álvaro Amaro explicou que no processo de criação do futuro espaço museológico da Guarda envolverá todas as entidades que estão ligadas ao antigo Paço Episcopal e que o projecto deverá ser candidatado ao novo ciclo de fundos comunitários (2014-2020).
Após ouvir o apelo, o Secretário de Estado da Cultura respondeu positivamente ao autarca, dizendo que pode contar com o seu empenho “para transformar o quarteirão onde se situa o Museu da Guarda num quarteirão dedicado à cultura e às artes”, bem como para passar o actual Museu para a tutela do Município. Jorge Barreto Xavier, que durante vários anos viveu na Guarda, referiu tratar-se de uma ideia “valiosa” para o modelo de desenvolvimento da cidade e para a melhoria do seu poder de atracção e competitividade territorial.
Na sessão solene do Dia da Cidade, o presidente da Câmara também defendeu que a Guarda deve afirmar-se como capital transfronteiriça, dada a sua localização geográfica.
Na mesma sessão comemorativa da atribuição, em 27 de Novembro de 1199, pelo Rei Dom Sancho I, da Carta de Foral à Guarda, a Câmara distinguiu 11 personalidades, instituições e empresas, pelo reconhecimento do seu contributo para o concelho.
A autarquia atribuiu a Medalha de Ouro da Cidade da Guarda ao general Artur Neves Pina Monteiro, Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas. Com a Medalha Municipal de Mérito, grau prata, foi agraciada a Banda Filarmónica de Famalicão da Serra, o empresário José Luís Carrilho Agostinho de Almeida, o médico Raul Saraiva (a título póstumo), Manuel Jorge Proença, a CERCIG – Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados – Guarda CRL, e as empresas Olano Logística de Frio, Lda, Transportes Bernardo Marques, Lda, Coficab – Companhia de Fios e Cabos Lda, e a Sodecia da Guarda – Soc.Ind.de Metalurgia da Guarda, SA. O comandante José Sequeira foi distinguido, a título póstumo, com a Medalha Municipal de Valor e Altruísmo, grau prata.
No mesmo dia, com a presença do Secretário de Estado da Juventude, Emídio Guerreiro, a autarquia também inaugurou o arrelvamento sintético do Campo de Jogos do Zambito, um equipamento certificado com Duas Estrelas Fifa, que custou cerca de meio milhão de euros.