Portugal no Euro 2020
Depois da final do Euro 2020 disputada no mítico estádio de Wembley na cidade de Londres, capital de Inglaterra, ainda não tive a oportunidade de vos dizer o que sinto, quanto à presença da equipa de todos nós na fase final desta competiçãoEntrámos como candidatos, uma vez que éramos campeões em título, pensávamos nós. Todavia esquecemo-nos de duas coisas, do valor de equipas adversárias, com algumas a fazerem jogos em casa e do poder que nos era indicado pelas casas de apostas, que acompanham a produtividade quando se apresentam em disputa de qualquer torneio.Também nunca nos lembrámos da pontinha de sorte da final de 2016 em Paris. Enfim! Face a tudo isto colocámos a fasquia muito alta e nem sequer conseguimos entrar no lote das melhores oito equipas da prova. Esta realidade deixou muita gente desiludida. Logo deu azo a que os comentadores das dúzias atribuíssem este fracasso a quem liderava a equipa, apontando-lhe sempre como más as decisões que foi tomando ao longo dos quatro desafios que disputou.Naquilo que sei sobre futebol, Portugal acabou por cair em Sevilha pela margem mínima, por uma selecção que era por todos os entendidos, apontada como uma das grandes favoritas e que também ficou pelo caminho.Pessoalmente, eu não tenho aquele espírito crítico, como a maioria dos portugueses. Vi Portugal ali jogar melhor do que em 2016 em França. Vi o nosso melhor jogador que eu considero o melhor futebolista português de todos os tempos e que alguns conhecedores da matéria já o consideraram como o melhor do século, a ser o melhor goleador deste euro 2020 e atingir os cento e nove golos pela selecção nacional, igualando assim o máximo mundial. Vi-o marcar um soberbo golo à Alemanha na famosa galopada dos catorze segundos. Também marcou dois golos à França. Se tivermos em conta que a estas equipas nunca tinha marcado, não deixa de ser um grande feito.Também tivemos a nossa presença na final, protagonizada pelo herói português que marcou o golo mais glorioso de toda a nossa história futebolística. Foi na final do euro 2016 em Paris. Eder marcou o único golo que valeu para a equipa das quinas o título campeão europeu. Há golos que de nada valem, outros valem algo e outros valem tudo. Na minha óptica, nenhum português podia representar Portugal na passagem do testemunho, como o Eder o fez e com tanta dignidade. Sem entrar no lote dos convocados não se mostrou melindrado, limitando-se a afirmar que tinha pena de não ver as nossas cores naquele gigantesco palco.Assim analiso eu a nossa passagem pelo euro 2020, faltou-nos um pouco de sorte, muito embora se diga que a mesma para aparecer tem de se procurar, nem sempre assim é. Há situações em que lutar contra o que está destinado de nada vale.Também ficou patenteado neste campeonato da Europa de que o factor casa, já não é aquela valia de que muito se falava. O que este ano acontece à Inglaterra, aconteceu em 2016 à França, em 2004 a Portugal e em competição similar à selecção brasileira no famoso estádio do Maracanã.Se bem me recordo, os melhores êxitos da equipa das quinas, apareceram em situações onde pouso se exigia, melhor dizendo, era ir o mais longe possível, pois temos que jogar muitas das vezes contra equipas que têm outro traquejo futebolístico e um espólio muito mais valioso.Sem ser derrotista, eu continuo com a minha “Fezada” de voltaremos à ribalta do futebol, não sem quando, talvez quando menos se espere as coisas aconteçam da melhor forma. Também temos que ter a noção que a desilusão é o que mais acontece numa competição desta natureza é o que se torna mais frequente, pois a festa só é feita pela nação que ganha, enquanto que todas as restantes ficam a roer as unhas.A Itália subiu ao céu, as restantes viveram um pesadelo.E por aqui ficamos, haja saúde, paz e alegria de viver.