O traçado proposto para a construção de uma nova linha de Muito Alta Tensão (MAT) de 400 kV, no eixo Fundão a Vilarouco, não agrada à Junta de Freguesia de Panoias de Cima, residentes, empresários e proprietários.
Em comunicado a Junta de freguesia desta freguesia do concelho da Guarda, refere que “este traçado, projetado para passar pelo território da Freguesia, entre as Torres/Postes 121 a 130, levanta profundas preocupações entre os residentes, empresários e proprietários locais, devido aos impactos altamente negativos que irá provocar, quer no meio ambiente, quer muito especialmente na saúde das pessoas”.
O documento adianta que o projetado traçado da nova Linha de Muito Alta Tensão a 400 kV – Eixo Fundão a Vilarouco, a ser executado pela REN – Redes Energéticas Nacionais, irá também provocar efeitos nefastos e arrasadores ao nível do tecido social e económico da região.
O traçado proposto prevê a colocação de dez torres/postes, de uma altura que pode variar entre 35 a 70 metros, no território da freguesia de Panoias de Cima, e nas proximidades de residências e áreas agrícolas e florestais.
A Junta de Freguesia apela à REN e às autoridades responsáveis que “reconsiderem o trajeto entre os postes 121 a 130, utilizando, se possível, o traçado já existente para a rede elétrica de 200 Kv, que de há muito já atravessa o seu território”. Aponta ainda a possibilidade da passagem da nova linha elétrica em terrenos situados em zonas altaneiras, que não são utilizados para fins agrícolas, florestais ou agropecuários, ou pura e simplesmente pela possibilidade de enterrar os cabos elétricos no solo.
A Junta de Freguesia de Panoias de Cima apela ao bom senso das entidades responsáveis, requerendo uma visita técnica ao terreno e a reavaliação do traçado do projeto, caso contrário ameaça “inviabilizar a possibilidade de vir a alcançar uma solução consensual no curto prazo”.
Caso não haja abertura para rever o trajecto entre os postes “os responsáveis da Junta, acompanhados por residentes, empresários e proprietários locais, irão avançar desde já e com urgência, com a interposição judicial de uma Providência Cautelar contra REN, da APA (Agência Portuguesa para o Ambiente).
O assunto também foi apresentado na reunião da Câmara da Guarda desta segunda-feira, 25 de Novembro, por José Ribeiro, morador em Panoias de Cima, que se mostrou muito preocupado com o projecto que, a avançar, vai passar muito próximo da casa onde reside com dois filhos menores. Aponta os problemas que a o traçado da linha pode provocar não só em termos de saúde, mas também a nível económico com a desvalorização do valor da casa de habitação.
“Quando olho para o projecto e vejo um mapa onde a minha casa não aparece, penso que é obvio que esse mapa está desactualizado, está errado”, explicou José Ribeiro.
O Presidente da Câmara da Guarda, Sérgio Costa, disse que o assunto está a ser acompanhado e “a autarquia está ao lado das populações”.
