A escolha do ‘Gestor do Bairro’ que vai executar a candidatura Cidade Alta, apresentada pela Câmara da Guarda aos Bairros Comerciais Digitais, num investimento de um milhão de euros, motivou a troca de acusações entre os vereadores da oposição e o executivo municipal.
O presidente da Câmara da Guarda explicou que houve a preocupação de fazer “uma auscultação prévia sobre o que se está a fazer no País”, adiantando que “no País foram aprovadas 95 candidaturas de bairros digitais, dessas cerca de 16 já avançaram com esse processo da contratação do gestor do bairro e, dessas, a generalidade vai para consulta prévia e alguns municípios até foram para ajuste directo”.
“Fizemos uma consulta prévia ao mercado onde foram consultadas várias entidades que nós considerámos que podiam ser convidadas para fazer este trabalho, e quem apresentou o preço mais baixo foi quem ganhou”, disse Sérgio Costa.
“Parece que agora, toda e qualquer pessoa que tenha feito parte das listas do Movimento Pela Guarda está proibida de concorrer ao que quer que seja”, disse Sérgio Costa perante a acusação, de falta de transparência no processo, por parte dos vereadores da oposição. E acrescentou: “Parece que a preocupação da oposição é denegrir o projecto dos Bairros Comerciais Digitais, porque aqui d’ El Rei que a Câmara da Guarda conseguiu ganhar uma candidatura do PRR, de cerca de um milhão de euros para o Birro Digital”.
O autarca disse tratar-se de “um projecto muito importante para ajudar a dinamizar o nosso comércio digital” e o “gestor do bairro é contratado a recibos verdes”. Garantiu que “as coisas são feita s de acordo com a lei”.
A vereadora do PS, Adelaide Campos, disse que na escolha do gestor “não é a pessoa que está em causa, nem o que vai auferir”, mas sim a falta de transparência no processo, lembrando que a escolha recaiu “no 5º elemento da lista do PG”.
O vereador do PSD, Carlos Chaves Monteiro, disse que “há falta de isenção, falta de imparcialidade” na escolha do gestor do bairro. Sobre este processo disse que “assistimos a uma consulta prévia convidando duas entidades, uma delas corresponde ao 5º elemento da lista do PG”, admitindo que “as pessoas tenham a capacidade de concorrer diminuída por esse facto de pertencer ao partido A, B ou C, mas na explicação dada pelo presidente de Câmara não há um único elemento objectivo que determine que esta é a pessoa indicada para o desenvolvimento e concretização das funções que este gestor do bairro tem”.
Recorde-se que a Câmara Municipal da Guarda viu aprovada a candidatura Cidade Alta, num investimento de mais de um milhão de euros, apresentada aos Bairros Comerciais Digitais. No distrito da Guarda foram ainda aprovadas as candidaturas apresentadas pelas autarquias de Fornos de Algodres e de Almeida. A nível nacional foram aprovadas 95 candidaturas.
A medida Bairros Comerciais Digitais procura promover a digitalização da economia, ora através da adoção tecnológica por parte dos operadores económicos e pela digitalização dos seus modelos de negócio, ora através da sensibilização e capacitação dos trabalhadores e empresários.